quinta-feira, 26 de maio de 2011

Mitos democráticos: o voto útil e a falta de alternativas

Voto útil e alternativa são conceitos inventados e manipulados pelos barões da democracia portuguesa para que nada mude, para que tudo continue como está. Porque no fundo esses barões continuam a ser os mesmos assinalados há muitos e muitos anos atrás. O país tem de passar a ser dos que cá vivem e não de dois ou três com lugar cativo no camarote. E para que isso aconteça o essencial é que o primeiro-ministro e os membros do governo sejam boas pessoas, não se queiram encher, nem oferecer regalias aos primos e aos amigos. Tudo o resto vem por acréscimo.
O Lula da Silva metia medo nos anos 80. Se ganhasse a presidência do Brasil de certeza que tudo ía ficar pior. O Lula da Silva perdeu eleições para gente ordinária, como o Color de Melo, que logo mostrou a sua índole corrupta. Afinal, quando o Lula da Silva ganhou a entrada no Palácio do Planalto, há dez anos atrás, o Brasil não ficou sem criancinhas porque afinal os comunistas do PT não comiam criancinhas. Também não ficou sem investimento estrangeiro, porque o Presidente comunista conseguiu garantir o funcionamento das leis pré-existentes, aliás, até conseguiu captar mais investimentos. Afinal, o país não ficou mais pobre e a economia até se tornou das mais fortes no mundo. E, espectacular, a pobreza que lá é aos milhões também diminuiu ao ponto de diminuir a emigração e o Brasil voltar ao imaginário dos portugueses como lugar fértil para ir viver.
Por falar em portugueses, nas últimas legislativas o Pacheco Pereira veio avisar-nos dos perigos de uma coligação do centro com partidos trotskistas. Ui, que medo! Este senhor anda muito caladinho ultimamente (é, é chato ter um arrivista de Queluz, como líder do PSD), mas é daqueles que instiga na população portuguesa o medinho de que venham os comunistas e nos entrem pela casa a dentro e ocupem isto tudo. A nossa casa tem dois quartos, é no subúrbio, mas custa muito a pagar, por isso é melhor que os partidos de esquerda continuem a ser oposição.
O que dizem estes pequenos proprietários se vierem os bancos ocupar-lhes a casa por falta de pagamento das prestações? Que agora as prestações até podem aumentar não só pelo aumento da Euribor como pelo spread. Enfim, se houver necessidades de mercado é justo que os bancos aumentem os ganhos nas nossas prestações apesar de quase não as conseguirmos pagar. Breve nota: esta possibilidade foi aprovada pelo parecer do Banco de Portugal, tão próximos que andam os seus presidentes do PS.
Não há alternativas? Ponham os olhos no Lula que, como diz uma amiga minha da direita, “cresceu um bocadinho quando se tornou Presidente e honrou compromissos.” A malta dos outros partidos não tem ar de estadista? Porque estes tipos bonitos que andam vestidos de Armani têm… E qual é o problema de querer renegociar a dívida? É mais razoável pagar o que se pode, devolvendo o capital investido e um pouco mais ou não pagar nada, dar o tal calote, porque o país está tão mal que não consegue devolver dinheiro nenhum? Para mais, Portugal já perdoou dívida externa a países emergentes, como Angola. São processos normais.
O plano do FMI garante que conseguimos pagar? A Argentina teve a intervenção há 11 anos atrás e o país ainda não se recompôs. A Grécia um ano depois do plano que ia levantar a sua economia continua de rastos. Um ano na vida de um desempregado grego é muito tempo… Não há alternativas? Não, se considerarmos apenas os tipos bonitos que vestem Armani realmente são muito parecidos, da qualidade da dentição ao estilo político. Realmente há uma diferença: o Portas e o Passos ainda respondem em directo, o Sócrates só em diferido e com a certeza que fica bem na fotografia…
Pior do que está, a política portuguesa não pode ficar. Qual é o problema de votar em partidos pequenos? Eu consigo imaginar uma assembleia muito mais divertida com 1 deputado do MEP e outro do PAN, etc, etc. Qual é o problema das coligações, se elas existem em quase todos os países da Europa? A senhora Merkel, essa grande senhora, governa em coligação e pelos vistos consegue ir fazendo o que quer. O Zapatero também. Ai, a assembleia pode cair e país fica sem governo. E qual é a diferença em relação ao que vivemos actualmente? 

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Crianças que falam

Quando me perguntam como é que o meu filho fala tão bem eu não sei responder. Falo com ele como uma pessoa normal? O video que descobri hoje explica bastante bem como é que fazemos em casa. Eu pensava que toda a gente fazia assim, mas pelos vistos não...


sexta-feira, 20 de maio de 2011

Bye, bye Estefânia?

A Maternidade do Hospital Dona Estefânia está a fechar. Devagarinho, discretamente, para que ninguém dê pelo encerramento. No mesmo dia em que recebi a carta para a consulta de referência na Estefânia, a das 36 semanas, saiu apenas uma notícia no DN sobre a fusão dos dois serviços de maternidade: o da Estefânia e da Maternidade Alfredo da Costa. A data apontada para o fecho deste serviço - fecham o bloco de partos e as urgências - é 6 de Junho. O meu bebé deve nascer no princípio de Agosto. Mas continuam a marcar consultas para a Estefânia... Sou só eu que acho isto um absurdo?

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Gravidez não é doença?

Experimenta lá, ò velha do autocarro,
andar com uma mochila que pese uns dez quilos amarrada à barriga.
Põe o dobro do peso do peito que tens normalmente em cada mama.
Sente o calor e a tensão baixa como se já estivesses no pico do Verão.
Admira os teus finos pés e tornozelos tão inchados que nem os reconheces.
E depois diz-me porque te espantas quando eu te explico
que gravidez não é doença mas é quase
e por isso, com licença, eu vou sentada.

É claro que se pedires com jeitinho e educação sou capaz de me levantar. Assim não, tenho muita pena.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Das tretas sobre o desemprego

Os desempregados são calões, não querem trabalhar. Com a ideia peregrina do grupo de reflexão do PSD, que defende a penalização na reforma de quem tenha recorrido ao subsídio de desemprego, não me espantei. Afinal sabemos que tais grupos são formados por pessoas que não têm problemas de empregabilidade e talvez por isso sejam pouco sensíveis aos problemas de quem está desempregado...
Choca-me mais quando o cidadão comum afirma violentamente, como ouvi hoje no fórum da TSF,
“quem está no subsídio de desemprego devia passar a dever ao Estado e pagar o valor que recebe, progressivamente, ao Estado quando encontrasse emprego, para encontrar emprego mais depressa.”
Eu olhei para o rádio e disse alto várias vezes “espero que amanhã fiques desempregado."
Esta ideia até podia ser bonita num cenário de pleno emprego. Quando há mais de 11% de desempregados num país esta ideia ofende. Ofende quem trabalha há 10 anos e de um dia para o outro ficou desempregado. Ofende quem trabalha há 20, nunca parou, foi melhorando progressivamente na sua carreira, mudou a convite para um emprego melhor, mas sem a segurança de um contrato sem termo, e de repente ficou sem emprego. Ofende quem trabalhou 40 anos numa fábrica e de repente a fábrica fechou e ficou sem emprego.
O país está como Pinhel, onde fecham fábricas de sapatos e não há outro lugar para ir trabalhar, como a Guarda, onde as fábricas de queijo diminuem a produção e reduzem o número de empregados e não há outro lugar para ir trabalhar, como Lisboa, onde se fecham serviços especializados e não há lugares congéneres para ir trabalhar e a experiência acumulada de cada um é um obstáculo a encontrar emprego noutra área.
Não há emprego. Não há trabalho. A economia está em recessão. A maioria das pessoas não tem qualificações ou capacidades pessoais para criar o seu próprio emprego. Não há mercado para nenhum sector actualmente, que não seja a exportação. As pessoas não têm um fundo de maneio que lhes permita criar emprego, porque trabalharam sempre apenas para conseguirem pagar as contas de cada mês, sem conseguirem fazer economias, porque os salários são baixíssimos. A partir dos 35 anos começa a ser-se velho demais para que as empresas invistam nestas pessoas.
O tipo de gente que fala daquela forma acha que há empregos? Há 600 mil empregos por ocupar? Há 600 mil pessoas que não querem trabalhar? E o desemprego que aí vem? É concerteza porque há muito mais gente sem vontade de trabalhar... Benza-os deus!

sexta-feira, 6 de maio de 2011

As novidades que todos querem, verdade?

A contrariar a má disposição com que ando, fruto de um pessimismo que não me é habitual, venho aqui escrever um texto para dar as novidades mais importantes - estas sim são boas!
A cria que está na minha barriga é uma miúda! E sim, está a família toda em pulgas por termos um casalinho... Apesar de querer muito acreditar que a roupa do X servirá à criatura, e de repetir constantemente que é imoral não aproveitar o que temos, já me ando a derreter com as pecinhas de roupa. Ontem na H&M quase comprava uma t-shirt com lacinhos... mas resisti!
Já entrei no terceiro trimestre!!! Com tanto rebuliço na minha vida, esta gravidez parece que está a passar depressa.
A miúda que aí vem é grandalhona e a piscina que a envolve é adequada, o que quer dizer que já tenho uma barriga desmesurada e ela nada, nada, nada constantemente.

Como se vê fui atacada pelo micróbio da maternidade e estou quase a transformar-me numa baby blogger a sério. Mas resisto! Não porei fotografias, nem falarei do meu peso, nem do percentil. Querida mãe preocupada, estás neste momento a fazer de anjinho da minha consciência. Obrigada!

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Carta de reclamação à Optimus, mas também serve para as outras

Exmo.s Sr.s,
pela terceira vez o meu prédio recebeu hoje a visita de um comercial vosso com o propósito de vender pacotes de tv por causa da fibra óptica.
Pela terceira vez as informações prestadas pelo vosso comercial estão incorrectas, a saber e cito:
- se não subscrever um serviço de fornecimento vai deixar de ver televisão
- ou então tem de comprar uma box, o que ainda lhe sai mais caro.
Como cada um dos comerciais faz o mesmo tipo de discurso, resta-me concluir que os responsáveis por esta acção estão a prestar as informações erradas aos vosso comerciais, o que nada abona a favor da honestidade da Optimus.
Na minha tentativa de esclarecer o comercial que hoje bateu à minha porta sobre os factos errados do seu discurso, o senhor resolveu ofender-me. Resta-me pois esclarecer os meus vizinhos acerca de prazos e equipamentos necessários, nomeadamente o que se refere aos aparelhos de televisão comprados depois de 2009 que não necessitam de qualquer outro equipamento para acederem ao sinal de TDT.
Resta-me ainda pedir-vos o favor de informarem devidamente as vossas equipas para que não ocorram novas visitas com este discurso.
Agradeço a atenção dispensada. Os melhores cumprimentos,

Depois da tempestade

Vem a bonança. Vá lá, vá lá, por favor! Vá lá! Parem com isto! Já chega!