terça-feira, 30 de abril de 2013

Cuidar dos cuidadores

Uma criança com necessidades especiais faz dos pais pais com necessidades especiais. É mais difícil descansar, é mais difícil não estar sempre preocupado, é mais difícil socializar, é mais difícil ir de férias. Em Alfândega da Fé existe um projeto inovador que inclui os pais nas equipas terapêuticas durante todo o ano e que nas férias permite aos cuidadores (sócios e não sócios de todo o país) cuidarem de si descansados. A Leque organiza Colónias de Férias para crianças que incluem acompanhamento por uma equipa multidisciplinar especializada e:
 
  • Estadia (dormida 7 noites);
  • Alimentação (pensão completa);
  • Reabilitação Psicomotora (Fisioterapia e Osteopatia);
  • Musicoterapia;
  • Balneoterapia (Hotel SPA);
  • Terapia de Relaxamento;
  • Terapia Assistida com Animais (São Bernardo, Burros e Pónei);
  • Psicologia e orientação;
  • Atividades lúdicas;
  • Atividades desportivas (BTT; Canoagem; Aeróbica; ...);
  • Atividades sociais e recreativas (Cinema; Teatro; Passeios; Piqueniques, ...).
Tem bom ar, não tem? Eu gosto particularmente da balneoterapia.
 
Os pais podem escolher ir de férias para muito longe se assim entenderem, ficar em casa a descansar descansados, ou... aproveitar o desconto de 20% e ficar alojados no Hotel SPA de Alfândega da Fé, usufruir de paisagens lindas de morrer, comer do bom e do melhor que a terra dá e passear pelas vilas com castelos, pelas aldeias de granito e pelas serras onde se perde a vista, desde a Estrela até Sanábria.

A curiosidade sobre este projeto mata-se na Leque. Giro, não é?

sexta-feira, 26 de abril de 2013

O que andamos a ler

Este livro está tão bem feito que até se sente o cheiro dos espinafres. Fartamo-nos de rir com a pergunta "Quem é o Chico?" e as respostas da Rita. A Marta Torrão, que o escreveu e desenhou, deve saber bem o que é não gostar de sopa. Come a sopa, Marta! foi editado há anos pela Bichinho de Conto e é o que temos servido por estes dias à sobremesa.

Do 25 de Abril há muitas versões

Um episódio recente tem sempre milhares de versões, dependendo do lado em que se esteve. O 25 de Abril não é, felizmente, uma só coisa, um só sentimento, uma só lembrança. Para a vida das pessoas normais, aquelas que não tinham gente de família na prisão, nem gente em cargos de poder, o 25 de Abril significou: salário mínimo, divórcio por iniciativa da mulher, equiparação dos membros do casal dentro do casamento, possibilidade de escolhas de emancipação, acesso a cuidados de saúde a baixo custo, fim da guerra colonial.
Nos dias que precederam ontem tive muitas dúvidas sobre celebrar esta festa, porque a política que nos mexe na vida todos os dias parece mostrar-nos que afinal não valeu a pena. Depois lembrei-me da avó que cuidou do avô durante sete anos antes que ele morresse apenas com as suas poupanças, lembrei-me do tio que voltou da guerra e nunca mais dormiu descansado, da tia que se separou do marido depois de anos de maus tratos, do primo que foi reconhecido pelo pai em vez de ser filho de pai incógnito...
Sim, estamos mais pobres, temos mais medo, mas já não aceitamos um série de coisas,porque Abril nos trouxe outra visão. E isso, não mudará tão cedo. Porque estas coisas da vida terrena já nos entraram dentro do peito.



foto de http://3picuinhas.blogspot.pt/

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Vamos pagar o ATL! Viva!

Querido Ministro Nuno Crato,

colocar do lado dos pais o pagamento de parte do valor das atividades de enriquecimento curricular no primeiro ciclo da escola pública, aquilo que os humanos chamam ATL, vai no sentido inverso aos discursos da produtividade que o seu governo tem tido.

É simples: Onde estão os empregos que terminam às 14h00 para que possamos estar às 15h00 nas escolas para ir buscar os miúdos? Como é que um trabalhador independente ou um tarefeiro diz "venho, sim, trabalhar para este projeto de um mês mas só metade do dia"? E ainda, onde estão os empregos ou trabalhos em que se recebe valor suficiente para pagar esta despesa? Em lado nenhum, certo?

O maior problema, para variar, não é para os pobres, nem para os ricos. É para a classe média empobrecida que passa, também, a ponderar se vale mais trabalhar ou ficar em casa.

Já me estou a ver enriquecer o currículo do meu filho com inglês em frente à televisão tardes inteiras enquanto eu termino mais uma tradução, o arranjo de uma cadeira ou a bainha de uma saia!