Em 1999, fiz os meus primeiros descontos para a Segurança Social. Em 2002, comecei a trabalhar de forma ininterrupta. Em 2003, aluguei uma casa manhosa, manhosa, mas saí definitivamente de casa dos meus pais. Nunca mais tive dinheiro dos pais. Aliás, a mesada era um conceito que não existia lá em casa. O que existia lá em casa era uma família que dava importância ao estudo e ao trabalho.
E se eu queria dinheiro para ir ao teatro ou se quis fazer Erasmus em Barcelona, trabalhei para poder ter dinheiro para o fazer. Em 99 descontei quando trabalhei na bilheteira de um cinema, depois numa livraria. Antes disso juntava dinheiro a fazer biscates. Se quis ir ao Sudoeste a primeira vez, fui de roulote de hamburgueres. O trabalho patrocinar-me-ia a entrada nos concertos. Depois de lá estar, o dinheiro que estava a fazer era tão bom que acabei por não ir a concerto nenhum. Mas os Corvos vieram montes de vezes à nossa roulote!!!!
Não entendo a Geração à Rasca. Há boa gente com pouca idade a trabalhar de mais para ganhar de menos, há. Mas também gente medíocre que espera ter direito a tudo só porque sim. Como se o trabalho e o salário fossem uma mesada mais, que se pedincha mas não se merece. É como acontece com as notas da escola. Um estagiária pediu-me que lhe desse uma nota de estágio mais alta porque "toda a gente aproveita o estágio para subir a média." Não porque ela tivesse mais valor do que aquilo que tinha demonstrado. No secundário os miúdos pedem notas em auto-avaliação que não são correctas, mas sabem que as conseguem nos conselhos de turma. O meu primo mais novo está no oitavo ano e não sabe fazer contas de somar... O Marco que aparece numa reportagem da TVI tem 15 anos, não saber ler, mas também está no oitavo ano.
Faz tudo parte do mesmo. Porque se esta Geração à Rasca soubesse ler, não escolhia para hino a música dos Deolinda. Não é dúbio que a crítica feita pelo autor é a esta gente que é retratada na letra. É óbvio.
Sou da geração ‘casinha dos pais’,As folhas A4 com a descrição dos problemas individuais que se entregarão na Assembleia da República (ainda me vão explicar como) servem para quê? O problema da Geração à Rasca não se resolve por decreto. Resolve-se pela acção que cada um resolver tomar. Se cada um perceber que se trabalha por um salário e não por um estatuto. Se cada um exigir ser pago como gente grande quando exerce funções de gente grande. Se não houver sempre alguém disposto a fazer tudo a troco de nada, as coisas mudam. E depois, incomodar-se para quê? Se estão em casa dos pais a viver a tenças...
se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Filhos, maridos, estou sempre a adiar
e ainda me falta o carro pagar.
Sou da geração ‘vou queixar-me pra quê?’
Que parva que eu sou!
E depois há a todas as gerações mais velhas, que se debatem com os mesmos problemas de incerteza quanto ao futuro, de recibos verdes intermináveis, de ausência de prestações sociais em caso de doença ou incapacidade. Mas que não são putos mimados e que vêem apenas como solução trabalhar, trabalhar, com muita honestidade.
O país é uma merda. Nisso concordamos todos. Mas esta gente que tem 30 anos vota há quanto tempo nos mesmos? O Cavaco ganhou depois de uma greve geral! O PS teve uma extraordinária vitória nas últimas legislativas, mas ninguém votou neles... Têm 30 anos e quantas vezes antes exigiram os seus direitos? Quantas vezes fizeram uma reclamação? Quantas vezes tomaram a iniciativa de tornar o seu mundo ligeiramente melhor? Quantas vezes exerceram um trabalho com tanta seriedade que a sua promoção se tornaria evidente, inevitável?
Peço desculpa, mas eu só comprei o meu primeiro carro há um ano e deve ser por isso que não entendo estas coisas...
17 comentários:
Mto bom !:))) Eu tb n entendo mto bem esta geração ke julga por ter uma licenciatura tem direito a salários enormes e emprego garantido sem fazer o menor esforço, isto faz-me uma confusão enorme , mas enfim a mentalidade portuguesa nunca mudará.
As pessoas n estudam para serem qualificadas mas sim para se superiorizarem aos outros..
uma dúvida: e ficaste desempregada apesar de estares grávida?
(só por curiosidade, para saber como se porta a empresa...)
Receio que esta manifestação não tenha passado de um passeio alegre. Não vi nenhuma manifestação de força na rua nem a marcação de ultimatos a estes políticos de merda. O problema é que depois se perdem oportunidades e a credibilidade vai-se...
Acho que é uma questão de interpretação.
Para mim, o protesto foi uma plataforma para suscitar o debate quanto à situação do país, puxou-se pela geração mais nova porque à partida é a menos acomodada, e se essa se mexer as outras mexem-se todas por arrasto.
Para mim foi esse o grande objectivo, acordar as pessoas de todas as gerações. Não acho que o objectivo fosse que magicamente começassem a chover empregos para os jovens licenciados, mas sim que fossem criadas condições para que possam trabalhar e receber de forma justa e sem explorações. E isso gera logo toda uma panóplia de problemas e queixas a apontar ao governo e à sociedade no geral.
O mais importante é que lentamente se comecem a mudar essas mentalidades, idealmente começaria pela classe política e depois viria a influenciar toda a população, mas duvido que as coisas se processem assim portanto já estou à espera que seja bastante demorada essa mudança.
Mas o protesto de ontem já foi sem duvida um grande passo em frente.
Carla M... não sabe como é bom ler uma opinião tão próxima da minha! Não sabe o que isso significa, depois de ter ouvido tantas críticas de colegas e amigos que acreditam que existe UMA geração à rasca e estiveram na manifestação...
Enfim, eu concordo plenamente consigo... Tenho 23 anos e estou agora a terminar o meu curso: estou no último ano (já do mestrado, com a facilidade de bolonha). Eu estou lá, estou entre os universitários e sei como realmente funciona! A maioria dos meus 'pares' querem as facilidades antes mesmo de terem lutado ou merecido, querem os subsídios e as ajudas sem esforço. Isto É (um)a realidade.
Isto da geração à rasca é uma treta, pois desde que me lembro que vivo (eu e a minha família) à rasca. Não é novo. Não é uma coisa que apareceu 'para nos tramar'. A primeira casa dos meus pais foi um T1 com uma cama e uma mesa cujas cadeiras eram caixotes...agora temos o IKEA. :P
Desde os 16 anos que faço os referidos biscates para pagar as minhas férias, a minha roupa, os cinemas, as saídas, a carta, etc etc. Desde os 20 que os biscates passaram a trabalho regular ao fim de semana. Desde que me foi possível que paguei as minhas coisas, sempre dei valor ao dinheiro, sempre soube quanto custava um pacote de arroz... a maioria dos meus 'colegas' não sabe o que isso é! Eu ando de transportes públicos; a maioria chega à faculdade a queixar-se que a gasolina está cara... Não me estou a vitimizar...só estou a dizer que eu vivo uma vida normal para uma pessoa da minha idade com fracos rendimentos e os restantes, esses, vivem vidas de quem pensa que tem muito dinheiro e que os pais ganham para tudo..quando eles falam em cortar é o fim do mundo. Vivemos 'todos' acima das nossas possibilidades e achamos que é um direito nosso termos esse estilo de vida.
Eu não acho, por ser licenciada e estar a acabar o mestrado, que a minha formação me dá direito a salários altos. Eu quero um salário que me dê para viver o que eu vivo hoje, eu conheço o meu lugar. A maioria dos meus colegas sai da Faculdade a achar que o estado (e a sociedade e geral) deve reconhecer a 'grande formação' deles e que tem o dever de lhes estender a passadeira para um cargo de liderança com honorários correspondentes!
Pois se a maioria vai para a faculdade fazer o mínimo, aprendendo o mínimo, investindo o mínimo... onde para muitos o grande objectivo da semana é a festa de quinta ou sexta feira. Hoje chegar à licenciatura é quase tão fácil como as novas oportunidades de secretaria... Poupem-me!
Isto nunca esteve fácil.. a diferença é que agora é a nossa vez...
Enfim! Desculpe-me a extensão da opinião!
Muito boa sorte para si:)
Bruna Fonseca
Concordo com muitas das coisas que diz. Nomeadamente o facto de existir muita gente mimada, que acha que pode receber sem trabalhar para isso.
Mas nem todos somos assim. Existem jovens neste país, que investem na sua formação, que trabalham, que se dedicam, que criam empresas e que avançam com novos projectos. Existem jovens que procuram a sua independência e que não ficam até aos 30 a viver à conta do pai e da mãe.
Ontem os jovens saíram à rua, não para exigirem altos salários por serem licenciados ou mestrados, mas entre outras coisas, para lutarem por uma remuneração justa e condigna.
Acha que é com 500 euros que um jovem pode constituir uma família e dar-lhe as condições que qualquer ser humano precisa para viver? E os eternos estágios profissionais que não são pagos?
como o meu pai diz e com toda a razão: "as pessoas precisam de receber um salário que lhes permita sobreviver e acima de tudo viver"
eu conclui o meu Mestrado este ano e fui uma privilegiada que 4 meses antes de terminar o Mestrado já estava a trabalhar na área em que me formei. Com um contrato de 6 meses, mas a trabalhar e como o ordenado é o "ordenado jovem" dos nossos dias, vou arranjar mais um trabalho.
exemplos como os meus conheço vários e como vê a nossa geração não é assim tão mimada.
uma coisa é certa antes de terminar o meu curso sempre disse e vou continuar a dizer: "Na minha área não trabalho de graça!" / "Não alimento o moderno sistema de escravatura que a nova civilização criou!" porque "Precisamos de sobreviver e acima de tudo viver"
Acho engraçado que as pessoas se queixam que a juventude dos nossos dias não luta por nada e não é activa, etc etc.
e ontem que a juventude saiu em massa para a rua a lutar por um país melhor e mais justo...ouvimos coisas como: "não entendo a Geração à Rasca"
cumprimentos
Isabel C.
Lamento, isso é muito bonito, mas nota-se que nunca passaste por nenhuma situação veradeiramente injusta. Uma daquelas situações em que sentes que não existe igualdade de oportunidades. Não concordo com as motivações de muita gente. Ninguém pode reclamar emprego garantido. Aliás, eu discordo do actual sistema de organização do Ensino Superior. E sim, há muitos que querem à força ir para a Universidade para serem chamados de doutores, mesmo não tendo a mínima aptidão para tal. No entanto, quando lutas por algo, estudas, tens mérito, mérito a sério, sem explicações, sem cunhas, sem trocas de favores ou influências familiares, e depois vês o que é teu por direito ser-te retirado pq um filho de um ministro ou de um embaixador fica com o teu lugar sem o merecer e, pior, o tribunal fica do lado do nepotismo, se calhar aí pensarias de forma diferente. Foi por isso que marquei ontem presença no Porto. Não concordo com tudo o que se disse, mas fui lá lutar por mim.
Isabel,
acho que não leste tudo o que escrevi, por isso repito aqui:
O problema da Geração à Rasca não se resolve por decreto. Resolve-se pela acção que cada um resolver tomar. Se cada um perceber que se trabalha por um salário e não por um estatuto. Se cada um exigir ser pago como gente grande quando exerce funções de gente grande. Se não houver sempre alguém disposto a fazer tudo a troco de nada, as coisas mudam.
Ou seja, se ninguém aceitar estágios não remunerados, as coisas começam a mudar. Começa, por exemplo, a não haver justificação para pagar 500 euros a alguém por trabalho especializado. Queres experimentar?
Lothlorien,
espero que estejas melhor da ressaca e que a dieta esteja a resultar.
Sinais do tempo!!! Até a música dos Deolinda parece querer enterrar mais os enrascados de "marca", do que aquilo que querem passar...
Não posso deixar de concordar com o texto. Com 20 anos estava a trabalhar porque não quis ir para a universidade, ok tive direito a um carro, mas a gasolina era eu que a pagava, como tudo o resto e aos 22 estava a viver na minha casinha com a minha companheira e a sobrar 20 contos daquilo que ganhava por mês. Viver é duro? É pois, mas sem esforço nada se consegue e isto de ser engenheiro/ Doutor e ter um salário de meio de carreira no inicio sem provas dadas só pode ser ironia. E ainda...porque raio foram escolher cursos sem saída e com excesso de pares???? Juro que não entendo, é como tentar ir para um hotel que esta sobre lotado e ficar na recepção à espera de quarto...
Em primeiro lugar quero apresentar-me: Carlos Gomes, 54 anos, professor à 31anos, (28 anos na mesma escola), efectivo à 26. Casado aos 23 anos tenho duas filhas, (uma com 24 anos mestranda em Belas Artes e outra filha licenciada em Administração e Gestão com 30 anos)....
Este princípio biográfico retrata um cidadão que nada tem a ver, quer, com a situação da Carla, que dá origem a este meu comentário, quer, com a geração dita "arrasca" com sua bandeira da precariedade. COMO É POSSIVEL QUE O DESENVOLVIMENTO SOCIAL EUROPEU, EM 30 ANOS, PROMOVA A PRECARIEDADE EM VEZ DA ESTABILIDADE? SERÁ ILEGITIMO REINVINDICAR ESTABILIDADE INDIVIDUAL, FAMILIAR, SOCIAL …?
Claro que quando analisamos os fenómenos sociais não nos detemos sobre as excepções. È evidente que existe muito boa gente que se aproveita do sistema social, existe muito boa gente que não gosta de trabalhar mas, do que se trata aqui, é da reivindicação de justiça social massiva e global contra um desenvolvimento, a favor da estabilidade das pessoas, (leia-se felicidade das pessoas).
O texto a que reajo contém ideias que tratadas sistemicamente traduzem três conceitos chave DESCRIMINAÇÂO POSITIVA; PRECARIEDADE;
UTOPIA…
Para não enfadar, direi apenas sobre a UTOPIa que, TODOS OS POVOS, EM TODOS OS TEMPOS TÊM DIREITO E DEVER DO EXERCICIO DA UTOPIA, POIS É ELA QUE FAZ AVANÇAR O MUNDO, QUESTIONAR AS PRAXIS… FAZER POESIA… (oh! Meus caros companheiros digitais… Será que já não há lugar à POESIS (Oh Portugal que nada és merda! És sim, uma terra de utopias, sonhadores e poetas… ,DIZ-LHES como diria Gedeão...
Venho da terra assombrada
do ventre de minha mãe
não pretendo roubar nada
nem fazer mal a ninguém
Só quero o que me é devido
por me trazerem aqui
que eu nem sequer fui ouvido
no acto de que nasci
Trago boca pra comer
e olhos pra desejar
tenho pressa de viver
que a vida é água a correr
Venho do fundo do tempo
não tenho tempo a perder
minha barca aparelhada
solta o pano rumo ao norte
meu desejo é passaporte
para a fronteira fechada
Não há ventos que não prestem
nem marés que não convenham
nem forças que me molestem
correntes que me detenham
Quero eu e a natureza
que a natureza sou eu
e as forças da natureza
nunca ninguém as venceu
Com licença com licença
que a barca se fez ao mar
não há poder que me vença
mesmo morto hei-de passar
com licença com licença
com rumo à estrela polar
AG
Estimado Carlos,
não percebo onde está a discriminação positiva tratada no meu texto. Se me quiser ajudar a perceber agradeço.
Quanto à precaridade, eu não faço a sua defesa. Assim como não defendo este modelo social europeu, nem o português. Eu estive quase três anos com contratos a termo certo, sem saber como seria o ano a seguir, e finalmente o lugar onde trabalhava fechou. Muitos planos para o futuro foram adiados, como imagina.
O que digo é que a mudança tem de ser operada por dentro. Não podemos escolher uma manifestação de fins improváveis sem termos feito algo pela mudança, antes disso. Sabe que nas últimas eleições legislativas 50% dos jovens entre os 18 e os 34 anos que votaram fizeram a cruzinha no PS? Veja por favor a edição de sábado, dia 12, do Público. Sabe que os nossos estudantes universitários são os que mais se deslocam em carro próprio para irem às aulas, do conjunto dos países da OCDE? Não há uma incoerência brutal entre estes dois exemplos de comodismo e a manifestação que decorreu no sábado?
Quanto à utopia, todos devemos ter sonhos, querer mais e melhor. Eu também tenho a minha utopia social para o nosso país. Se o Carlos fizer o favor de ler o meu blogue vai perceber rapidamente qual é. Mas eu explico aqui: um país melhor, porque tem cidadãos participativos, instruídos, exigentes e educados. Apenas creio que não podemos ser autistas. Não estamos em Paris, em 1968, quando havia pleno emprego. Estamos numa situação mundial complicada, mas a maioria das pessoas continua a sentir-se inocente e inatingível por ela. O que acredito é que todos nós contribuimos para os dias de hoje com a nossa acção diária e individual. Sim, todos juntos podemos fazer a diferença, se cada um de nós decidir ser coerente na rua, na blogosfera, nas conversas de café e no emprego. Lembra-se com certeza como se conseguiu a fixação do salário mínimo em Portugal. Em 1975, Tito de Morais teve greves diárias e manifestações diárias à porta do ministério do trabalho. Mas ninguém ía trabalhar! Não se gritava na rua para depois manter a situação real como estava! Portanto, lutar sim, mas com persistência.
Quanto a poetas, Gedeão é bom mas leia Pessoa: "Falta cumprir-se Portugal."
Sabes porque apoio a geração à rasca? Muito simples: porque trabalhava no maior jornal deste país, há 20 anos. Não te falarei das politicadas interiores que me prejudicaram na progressão da minha carreira (porque sempre fui uma voz incómoda). Nunca cobrei horas extraordinárias, mesmo que para isso tivesse de trabalhar uma média de 14 a 16 horas (em vez das 8 estipuladas por lei) e de várias vezes ter mandado as folgas para as urtigas porque era preciso fazer a reportagem. Mas no dia em que o Correio da Manhã decidiu despedir-me (a mim e mais dez camaradas nessa leva, curiosamente todos com cerca de 20 anos de casa) despediu-me. E despediu-me baseado no novo código de trabalho aprovado por este primeiro-ministro, que se diz de um partido socialista. Baseado numa lei deste governo em que libera que se uma empresa prevê (disse prevê, não disse está a sofrer) um período mau de negócios,pode, PREVIAMENTE, despedir colectivamente. E já lá vão quase dois anos e não há quem me contrate porque tenho 55 anos. Estou nos protestos da geração à rasca e outros, porque vejo no meu pais mais de meio milhão de desempregados. E olho para trás a vejo como, à pala da adesão à UE, se destruiu todo o tecido produtivo português, da agricultura à industria de ponta. Escreves do ensino hoje ser uma merda. É. E de quem é a culpa de uma cultura de facilitismo? Dos putos que no 8º ano não sabem ler ou dos licenciados que dão erros ortográficos nas teses? Então para que foi tanta reforma educativa e tanta orientação pedagógica? Foi para algumas comissões de trabalho ganharam rios de dinheiro com tretas? Brincamos ou quê?
Breve nota: se tem 32 anos parece-me que o Vicente Jorge Silva se estava a referir especificamente a sua (e minha) geração quando a apelidou de rasca. Essa expressão surgiu na sequência de uma manifestação contra as Provas Globais no 10 ano.
Apostol,
as tuas razões de descontentamento são praticamente iguais às minhas. Tudo o que dizes é verdade. Acho apenas que a culpa da vida estar como está também é nossa. Deixámos que tudo isto fosse longe demais pela nossa inércia diária. E agora não me disponho a ir para a rua gritar. Prefiro tentar mudar o que me é possível no meu universo restrito, todos os dias, em vez de ir a uma festa bonita.
Olá concordo plenamente contigo tenho 34 anos, desde cedo e se quis ter alguma coisa tive de ir trabalhar. Na casa dos meus pais mesada também não existia, cinema, café, saídas só começaram a existir quando fui trabalhar porque os meus pais não me davam dinheiro algum, e como os mmeus conheci muitos talvez essa mentalidade deles fez de alguns de nós lutadores e não comodistas, como tanto se vê por aí nos dias de hoje.
Olho para a nossa juventude e nem sei o que pensar.
Cumprimentos
Bom dia,
enviaram-me em link de facebook o seu blog.
Só que queria dizer-lhe bem haja.
Tudo de bom para si e para o seu bébé.
Tenho 37 anos e fui também mãe há pouco tempo. concordo com tudo o que diz e a minha única esperança é conseguir educar o meu filho de outra forma.
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