sexta-feira, 16 de maio de 2014

Dia mundial.. de uma coisa qualquer

Obrigada a quem inventou o dia do pai, o dia da mãe, o dia dos avós, o dia da família, o dia da criança, o dia da árvore, o dia do piriquito e de outras coisas começadas por P, já que estes nos proporcionam a ida à escola 3 horas antes da hora a que saimos habitualmente do trabalho, em 3 semanas seguidas, para termos a certeza que somos bons pais e fizemos todas as atividades com as criancinhas - fotografias, colagens, canções, etc!

Amanhã, dizem-me ao ouvido, é dia do Volkswagen. É para ir de carro do povo para a escola, mesmo sendo sábado?

terça-feira, 22 de abril de 2014

Conselhos para os conselheiros da gravidez

Não contes a história macabra do que aconteceu à filha da porteira da tia da vizinha. Provavelmente, nem foi bem assim.

Não fales de números por alto, nem do que ouviste dizer. Vai pesquisar nos documentos oficiais da Organização Mundial da Saúde, da Unicef, da União Europeia, do Ministério da Saúde.

Conta a tua história como ela aconteceu, sem floreados nem exageros.

Parir dói. Demora. Transpira. Suja. Mas também é bonito e na maioria das vezes corre bem.

É por isso que estamos cá hoje.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Contributos para a comissão para a natalidade I

Está mal. Não fui convidada para fazer parte da comissão para a natalidade, recentemente constituída, eu que penso há tanto tempo no difícil que é ser mãe neste país. Mas felizmente a minha colega Cuca enviou-me uma entrevista ao Público em que o professor Joaquim Azevedo explica:
A ideia é fazer uma proposta de política que seja coerente e também adaptada ao contexto em que vivemos.
Obrigada, Cuca!

É por isto que está mal não me terem convidado, porque eu vivo mesmo neste contexto. Isto é, apesar de ser uma privilegiada por ter um emprego mesmo fixe, de ser uma privilegiada por ter um marido que é trabalhador independente mas que ainda assim vai conseguindo cobrar, por ser uma privilegiada por ter já 2 filhos, sinto-me neste momento impedida pelo contexto de ter o terceiro filho.

Bom, em vez de me queixar, e dizer que as casas não esticam, os orçamentos encolhem, blabláblá, tenho uma proposta sistémica. Assim:

       1. Apoiar financeiramente ou através de incentivos fiscais, as empresas que empreguem, ou tenham como empregadas, mulheres com filhos. Por cada filho que uma empregada tenha, a empresa que a emprega deve ganhar um bónus. Esta discriminação positiva resolverá o problema da empregabilidade e do valor de mercado das mulheres com filhos. A mulher com filhos deixará de ser um peso na empresa mas uma ajuda real à sua tesouraria.

2. Como ter um filho passa a ser um fator competitivo, reduz-se drasticamente o risco de pobreza das famílias com crianças que era, da última vez que vi, mais do dobro do que o risco de pobreza das famílias sem crianças. Quanto mais filhos uma mulher tiver, mais competitiva se torna para o mercado de trabalho.

3. Como as empresas passam a ter mais dinheiro por cada filho que cada empregada gera, esse valor pode ser empregue na contratação de mais pessoas que possam contribuir para o desenvolvimento das tarefas das mães, sobretudo quando as mães têm de se ausentar no primeiro ano pelas maleitas dos filhos.

Uau! Acabámos de diminuir o desemprego e fizemos mais filhos!

Amanhã há mais!

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Autodeterminação

Desta vez estou com o Nuno Crato, as praxes são sobretudo uma questão de autodeterminação

Ação de decidir por si mesmo.


"autodeterminação", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/DLPO/autodetermina%C3%A7%C3%A3o [consultado em 31-01-2014].

Eu não percebo como é que gente maior de idade não é capaz de decidir não ser humilhado com as praxes "regulares". Percebo ainda menos como é que gente que já devia ser adulta não é capaz de decidir pela sua própria segurança, pela sua própria vida.

Podem argumentar o que quiserem, da integração, do medo, etc, e dos malvados duci (estes devem ser pouco mais que amibas para terem paciência e estupidez para fazer o que fazem).

Não percebo como é que a necessidade de ir na carneirada ultrapassa a personalidade, a individualidade e o instinto e remete alguém para a obediência cega a uma amiba, inofensiva se ignorada.

Enfim. Depois deste texto marinar tanto tempo aqui na pasta dos rascunhos descubro o video



"Temos direito a ser humilhados" e acabam-se-me os argumentos. Só sinto vergonha. Uma enorme vergonha.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Mensagem de Natal da Presidente do Blogue e O que andamos a ler

Tenho imensa vontade de falar sobre o paradoxo da classe que avalia não querer ser avaliada e da estranheza que me causa 13 mil pessoas aceitarem fazer um exame e depois serem os controladores dessa prova (e já detentores dessa profissão) a fazerem greve apesar de não se ter conseguido organizar um boicote.

Tenho imensa vontade de vos contar sobre um acidente de viação em que um carro está parado mas ainda assim o condutor do carro em movimento insiste não ter culpa de nada e partir deste fait-diver do quotidiano para um ensaio sobre a educação e o respeito que nos falta tanto a nós portugueses, quase todos, safados.

Mas não. Estamos no Natal e venho cá dizer-vos que 'O que andamos a ler' é 'A noite de Natal' de Sophia de Mello Breyner Andresen e mais uma vez confirmo que os pequenos são capazes de reconhecer a beleza da literatura, das suas camadas e das suas músicas de palavras, da forma mais simples, quando se emocionam com uma frase ou uma ideia.



Devo agradecer a escritores como estes, não só por nos contarem histórias belas, como por nos sustentarem a verticalidade da coluna quando às vezes, ou muitas vezes, temos vontade de tentar fazer como os outros. Mas nessa altura os nossos filhos não seriam os nossos filhos. Obrigada Sophia!

Feliz Natal.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

O negócio da educação

A jornalista Ana Leal, como nos vem habituando, põe o dedo na ferida: o negócio da educação, a passagem dos detentores de cargos públicos a diretores de colégios... e o financiamento contínuo de escolas privadas desnecessárias (de acordo com os critérios do financiamento do MEC) ao lado de escolas públicas a cair de podre.

 

Como diz hoje, na TSF, Fernando Alves: será que não cai nem uma jarra na 5 de Outubro?