segunda-feira, 16 de julho de 2007

Uma grávida não é um hipopótamo!

Há gente burra, há gente com falta de experiência e há gente mal intencionada. Não sei, muitas vezes, distinguir quem é quem - nem que intenção está por detrás de uma frase.
Hoje inicio a 16ª semana de gravidez e quanto mais tempo passa, mais disparates nos ouvidos colecciono. Se ao menos pudessemos fecha-los como fechamos os olhos... Hoje, um amigo fez-me o comentário "desculpa dizer-te mas estás em forma" referindo-se às minhas mamas. As minhas mamas estão gigantes, feias e dóiem-me! E quando eu explico isto, o comentário é basicamente: "mas assim (com roupa) ficam-te bem". E alguém com sensibilidade mental, arranja-se?
Diga-se de passagem que este não foi o pior que já ouvi. Numa loja de um outlet ao ar-livre ouvi o que me pareceu impensável mas que se veio a repetir vezes sem conta. "Loja de roupa de grávida? Não há. Mas ali ao fundo há uma loja de tamanhos grandes." Eu devia ter respondido qualquer coisa didáctica, no género de: "Ó minha amiga, eu estou grávida e as calças não apertam. É só isso! Continuo a vestir o 38 ao contrário da senhora que deve vestir o 44 e insiste em se enfiar por umas calças 40!" Mas só consegui engolir em seco.
As opiniões são tantas que até dá para ficar baralhada. Noutro dia na Segurança Social, comentaram justamente o inverso. Disseram-me que eu não tinha direito a atendimento prioritário porque sou magrinha. "A grávida para passar à frente tem que ter barriga que se note".
Bom, para a próxima vez que lá for levo a amiga de uns amigos meus que me disse ao jantar: "Então gorda, estás boa?" Ignorei, sorri e saí. Mas à segunda interpelação, não aguentei. A gaja (só me ocorrem expressões piores) disse-me "Então barriguda, está tudo a correr bem?" Achei por bem não estar calada e disse tranquilamente: "Ò gaja, eu não estou gorda, nem barriguda e se tu não soubesses que eu estou grávida nem notavas." E a gaja teve a lata de dizer que sim! Que notava! Continuei: "Só aumentei dois quilos e como o meu peso é muito variável e a moda deste ano é roupa larga, quem não sabe, não vê que estou grávida." Não sei porque é que me calei de seguida. Devia ter-lhe dito qualquer coisa do género. "E tu, rodas baixas, que tal? Já resolveste os teus problemas afectivos e mentais? Ah! Resolveste pintar o cabelo de louro. É para condizer com o espírito? É que com o corpo não fica nada bem." Mas não, calei-me muito caladinha...

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