sexta-feira, 20 de julho de 2007

Ecografia porcaria II

Quarta-feira passada regressei à Consulta de Saúde Materna com a minha médica de família. Para além dos exames e perguntas habituais, contei-lhe o episódio na Maternidade do Hospital Dona Estefânia. Quando lhe falei do episódio sobre a ecografia (aquele em que a obstetra da Maternidade se referiu à ecografia que eu levava como "uma porcaria") a médica de família pediu-me que a mostrasse de novo.
Mais uma vez analisou cuidadosamente o relatório do ecografista. Referiu que não sendo a obstetrícia a sua especialidade era possível que a obstetra tivesse o olho clínico mais treinado. Mas a seguir disse que não percebia onde é que o relatório falhava. Depois perguntou: "e porque é que ela não lhe fez outra ecografia lá na maternidade, se esta estava tão má?" Sorrimos as duas e não dissémos mais nada...

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Cansei de ser sexy?

Parece que ainda há quem acredite na história da cegonha. Isto penso eu, depois de tentar comprar roupa de grávida em várias lojas e sair de lá de mãos vazias. Quem está grávida, na maioria das vezes, teve relações sexuais. E não foi com uma pomba! Foi com um homem! Acresce a este facto, muitas mulheres grávidas confirmarem sentir mais vontade de fazer sexo do que sentiam antes. E o curioso é que este aumento da necessidade sexual é explicado pela ciência, tanto pelas alterações hormonais como pela maior sensibilidade das zonas erógenas, dado o acréscimo de irrigação sanguínea.
"Mas o que é que isso importa?", perguntam as marcas de roupa. A maioria da roupa pré-mamã parece dizer: "Já me f___ uma vez não me f__ mais." Eu não estou a pedir para a roupa ser sexy! Estou a pedir para ser apresentável. Para ter cores normais como o castanho e o vermelho! É necessário ser tudo cor de rosa e fazer ver que uma grávida é uma totó? As alterações do corpo já são difíceis de aguentar, não é preciso um corte radical com o guarda-roupa habitual para me fazer sentir ainda pior. Aposto que quem desenha a roupa das grávidas nunca esteve grávida. Se estivesse e tivesse reuniões de trabalho regularmente e uma vida social interessante e um marido de quem gosta muito, mudava logo de figura, isto é, de figurino!
Felizmente a moda "não grávida" este ano é compatível com a gravidez. Até nisto eu tenho sorte!
E já sei que há lojas com roupa gira como a Formes ou a 1 et 1 font 3. E quem é que tem dinheiro para comprar lá? Eu tenho me safado na H&M, que pelo menos tem calças mais ou menos giras. Mais nada.

Uma grávida não é um hipopótamo!

Há gente burra, há gente com falta de experiência e há gente mal intencionada. Não sei, muitas vezes, distinguir quem é quem - nem que intenção está por detrás de uma frase.
Hoje inicio a 16ª semana de gravidez e quanto mais tempo passa, mais disparates nos ouvidos colecciono. Se ao menos pudessemos fecha-los como fechamos os olhos... Hoje, um amigo fez-me o comentário "desculpa dizer-te mas estás em forma" referindo-se às minhas mamas. As minhas mamas estão gigantes, feias e dóiem-me! E quando eu explico isto, o comentário é basicamente: "mas assim (com roupa) ficam-te bem". E alguém com sensibilidade mental, arranja-se?
Diga-se de passagem que este não foi o pior que já ouvi. Numa loja de um outlet ao ar-livre ouvi o que me pareceu impensável mas que se veio a repetir vezes sem conta. "Loja de roupa de grávida? Não há. Mas ali ao fundo há uma loja de tamanhos grandes." Eu devia ter respondido qualquer coisa didáctica, no género de: "Ó minha amiga, eu estou grávida e as calças não apertam. É só isso! Continuo a vestir o 38 ao contrário da senhora que deve vestir o 44 e insiste em se enfiar por umas calças 40!" Mas só consegui engolir em seco.
As opiniões são tantas que até dá para ficar baralhada. Noutro dia na Segurança Social, comentaram justamente o inverso. Disseram-me que eu não tinha direito a atendimento prioritário porque sou magrinha. "A grávida para passar à frente tem que ter barriga que se note".
Bom, para a próxima vez que lá for levo a amiga de uns amigos meus que me disse ao jantar: "Então gorda, estás boa?" Ignorei, sorri e saí. Mas à segunda interpelação, não aguentei. A gaja (só me ocorrem expressões piores) disse-me "Então barriguda, está tudo a correr bem?" Achei por bem não estar calada e disse tranquilamente: "Ò gaja, eu não estou gorda, nem barriguda e se tu não soubesses que eu estou grávida nem notavas." E a gaja teve a lata de dizer que sim! Que notava! Continuei: "Só aumentei dois quilos e como o meu peso é muito variável e a moda deste ano é roupa larga, quem não sabe, não vê que estou grávida." Não sei porque é que me calei de seguida. Devia ter-lhe dito qualquer coisa do género. "E tu, rodas baixas, que tal? Já resolveste os teus problemas afectivos e mentais? Ah! Resolveste pintar o cabelo de louro. É para condizer com o espírito? É que com o corpo não fica nada bem." Mas não, calei-me muito caladinha...

terça-feira, 3 de julho de 2007

As coisas boas das coisas más

Passaram 3 dias desde a consulta na Maternidade do Hospital D. Estefânia. E hoje, a meio da manhã, recebi uma chamada da instituição. Era uma médica a pedir-me imensas desculpas por me ligar "mas a minha colega esqueceu-se de anotar algumas informações importantes para o rastreio bioquímico".
Parece, então, que a médica que me atendeu estava a substituir esta que me ligou, que gozava férias. E que, apesar de fazer a consulta de forma "técnica", se esqueceu de anotar coisas importantes para chegar a um resultado fiável do teste de probabilidade de malformações. Eram elas: ser fumadora, ser diabética, peso no dia da consulta (felizmente pesei-me nesse dia, na consulta com a médica de família porque na maternidade nem vi uma balança) e, ainda de maior importância, semana de gestação na data da ecografia e respectivos diâmetro biparietal e comprimento craneocaudal...
A minha primeira reacção foi ficar zangada. Mas a verdade é que esta médica que me ligou hoje foi de uma boa-educação extrema e, além disso, 2 dias úteis para detectar um erro não me parece uma fortuna.
Assim, volto a ganhar alguma confiança naquela maternidade.