A notícia já tem alguns dias mas só neste fim-de-semana é que tomei atenção à história. O nosso querido Partido Socialista apresentou uma conta-poupança bebé de uns fantásticos 200 euros de depósito inicial. A revista Sábado fez as contas e a capitalização soma mais 252 euros, o que significa quando os bebés atingirem a maioridade podem levantar 452 euros!! “Ena pá! Bué dinheiro,” dirão eles? Acho que nem isso, já que 1 euro serve, cada dia, progressivamente para menos...
Esta medida inscreve-se no programa socialista, que supostamente se realizará se o PS ganhar as próximas eleições legislativas. Segundo se lê no 24 horas, «o valor curto pode ser compensado de outra forma: esta conta-poupança futuro pode ser reforçada pela família ao longo dos anos de escolaridade obrigatória. À semelhança das contas-poupança reforma, estes reforços vão beneficiar de regimes fiscais favoráveis." Os socialistas apontam quatro "vantagens": "incentiva a conclusão do ensino obrigatório", "a criação de hábitos de poupança", "permite que o jovem se possa autonomizar" e é uma "medida de apoio à natalidade", enumerou Tiago Silveira.»
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Eu já tinha a teoria preparada mas encontrei uma reacção que parece minha, ora vejam: «É no fundo uma proposta para entregar 200 euros à banca, angariando clientes logo à nascença, quando as verdadeiras razões para a baixa da natalidade estão no facto de as pessoas terem salários baixos, estarem precárias no seu emprego e não terem certeza quanto ao seu futuro e de terem dificuldade nas condições de acesso, por exemplo, à habitação», disse o líder da bancada parlamentar comunista, Bernardino Soares.
Eu acrescentaria ainda que não existe um sistema público de berçários e creches suficiente e que todos os níveis de escola + ocupação dos tempos livres são caríssimos e mesmo assim oferecem poucas condições aos nossos filhos... E que é difícil conseguir um emprego com períodos de trabalho e salário compatíveis com as exigências da maternidade e da paternidade.
(Esta prática – a de incentivar (obrigar?) o recurso aos bancos em qualquer situação– parece agora normal no governo/PS/Estado (?). Basta lembrar que para se aceder aos subsídios e deduções no IRS conferidos pela montagem de painéis solares para o aquecimento das águas domésticas é preciso recorrer ao banco... Mesmo que se tenha o dinheiro vivo. “Devemos olhar para o banco como uma loja,” disse-me o sr. da linha de atendimento... Mas isso é outra conversa, que este blogue é sobre bebés. Bom, bebés e afins.)