terça-feira, 22 de setembro de 2009

Educar os meninos? Pode pagar aqui!

Falo da minha perplexidade à Assistente Social. São 260 os euros que devo desembolsar mensalmente para que o meu filho possa frequentar uma creche de uma Instituição de Solidariedade Social, e neste valor não estão contemplados os prolongamentos. O meu espanto acaba de aumentar ao conhecer o valor mais baixo da mensalidade, noutra escola, do meu sobrinho, cujo agregado familiar até ganha mais que o meu, embora estejamos acondicionados no mesmo escalão de IRS. A diferença das prestações é de quase 100 euros. Então, ligo para a Assistente Social que ao telefone e depois de viva voz me explica que os acordos de cada IPSS com a Segurança Social são feitos individualmente, ou seja, não são todos iguais. Os critérios que atribuem as taxas máximas (que na escola do X vão até aos 400 euros) ficam nos segredos dos deuses.

A minha amiga H gasta 450 euros por mês, com a educação de 2 filhas. A mais velha vai à escola pública, mas tem o ATL para pagar, que por sinal nem é um ATL porque na área de residência da família não há ATLs que cheguem. A mais nova também frequenta uma IPSS e paga um balúrdio porque as mais valias da venda de uma casa são contempladas como rendimento... apesar deles se terem mudado para uma casa mais pequena e mais barata que podem pagar com mais facilidade.

A Assistente Social da creche do X, disse-me que tem um filho de 5 anos que frequenta um pré-escolar público e que por causa da alimentação e da ocupação das horas não lectivas paga mais de 130 euros, a taxa máxima...

Ensino tendencialmente gratuito?
Incentivos à natalidade?
Abono de família?

Por favor não me falem destas coisas brevemente. Nem de políticos!

5 comentários:

Anónimo disse...

É por essas e por outras que fiquei em casa a tomar conta do meu filho. Passar o dia longe do meu filho e ainda por cima dar o meu ordenado a uma creche? Não obrigado! Bjs

Ana disse...

Olá Carla,

O teu caso não é caso unico. Também eu tenho as minhas filhas numa IPSS, que ainda por cima pertence a um centro paroquial, e nem estado, nem igreja ajudam a baixar a mensalidade, que me leva todos os meses 298 euros por cada uma...
Felizmente uma delas tem um desconto de irmãos, mas ainda assim todos os meses deixo mais de 560 euros na secretaria, aos quais acrescem extras como batas e chapéus obrigatórios, passeios e outras actividades pedagógicas que vão acontecendo ao longo do ano lectivo.
Sei que o valor está abaixo dos 360 euros que pagava por cada uma na creche privada até há poucos meses atrás, mas ainda assim, não posso concordar que, depois de me tirarem todos os meses uma fatia tão grande em impostos, ainda tenha de pagar tanto por uma escola.
Contas feitas, se um dia tivesse um terceiro filho, saía mais barato deixar de trabalhar e ficar com todos em casa...

3Picuinhas disse...

Correcção: o infantário da migalhinhas não é uma IPSS, mas é comparticipado (ou não...como é o caso....snifff) pelo Estado. Também pago todos os extras como ballet, bata, chapéuzinho visitas, etc,etc... Marina e Ana, há quem possa ficar em casa a tomar conta das crianças...depois há essa gigantesca maioria, onde me incluo, que TEM MESMO de trabalhar para pagar escola, infantário, ATL, renda da casa, água, luz, telefone...ficar em casa na grande maioria dos casos NÂO É opção...

Carla Macedo disse...

e também não é o meu caso, como sabes, 3p... e mesmo que fosse, a questão que levanto, marina, não é o de ficar ou não em casa. é desta constante camuflagem daquilo que significa hoje ter um filho. significa perder direitos, porque o trabalho é taxado, o consumo e tudo o mais é taxado a troco de muito pouco.

Anónimo disse...

Eu sei disso tudo meninas, e para ficar com o meu filho em casa abdico de muita coisa que se tivesse um ordenado não teria de abdicar. Não é um luxo a que me dou.