segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Desejos para o futuro

Aos onze meses o meu filho começou a querer comer sozinho. Às vezes acerta na boca, outras vezes na parede, no chão ou no tecto. Mas já não prescinde da colher a cada refeição que faz em casa. Quando fez isto pela primeira vez nem queria acreditar. Estava tão contente! Era sinal de que já se começa a safar sozinho. E isto deixou-me muito orgulhosa.
Depois de contar à minha irmã, ela respondeu-me: “Onde é que está o teu bebé? Quem é esse rapazinho que tens aí?” E o meu coração começou a palpitar doutra maneira. Quero que o meu filho cresça ou não quero? Quero! Mas o tempo podia passar mais devagar...
Pensei na independência. È o que eu mais quero para o meu filho. Que ele seja autónomo, independente e capaz de tudo, quanto mais cedo melhor. Não porque me dê menos trabalho a mim (acho que vou passar mais tempo a sarar feridas), mas porque a independência foi e é o meu caminho para a felicidade. Não acredito na protecção exagerada das crianças e acho mesmo que cair dói mas é bom, porque aprendemos a não cair tão mal. Creio que crianças super protegidas se tornam amorfas e cínicas, porque não precisam de fazer nada já que lhes cai tudo no colo.
Andava a pensar nisto quando visitei uma casa se acredita no contrário. O meu filho não pode levantar-se sozinho porque se pode magoar. E mesmo quando eu digo que o deixem não o deixam porque “o menino se pode aleijar. Olha a boquinha.” E se eu contasse que no último domingo ele já trepou um móvel bicudo até à janela? Suicidavam-se colectivamente, certo? Isto só me incomoda porque é a casa dos meus sogros e a neta deles é... pelo menos, uma criança amorfa. Não sei se é cínica, mas aos oito anos ainda não come sozinha...
Problema: eu gosto muito dos meus sogros e até hoje só tive palavras boas para eles. Mas esta diferença abissal entre o que eu creio ser bom para os pequenos e o que eles pensam começa a ser demasiado grande. Ando a pensar numa creche mais cedo do que estava programado... E vou assim abrir a época das hostilidades.
Ou engulo um grande sapo?

Feliz 2009, ahahahah!

4 comentários:

pedradababy disse...

Feliz Ano Novo Carla.
Mais uma vez adorei o teu post. A situação que referes não é fácil e é algo que deves decidir sózinha de acordo com o que o teu coração manda. Mas, no outro dia a ouvir o programa do Goucha (hahahaha sim, também se aprendem coisas importantes por lá) o psicologo Quintino Aires (que respeito muito) estava a dizer que os avós são mesmo para estragar, que não faz mal nenhum à educação e personalidade das crianças, desde que não intrefiram quando os pais falam ou mandam. Os pais é que tem que ser firmes e manter sempre a mesma postura. Talvez os papás dessa sobrinha, procedam dessa forma e prolonguem em casa o comportamento dos avós.
beijoooooooooooooooooo

Anónimo disse...

Não engulas nenhum sapo, faz o que te manda o coração! :) Também tenho um sobrinho de 3 anos que não sobe nem desce escadas (nem que sejam 3 degraus!) e cuja alimentação é igual à do meu filho de 8 meses. Tudo à conta da super-protecção dos avós, que pode cair, que pode partir a cabeça, que se pode engasgar, enfim.... A criança assim nem desenvolve. Bjs

Carla Macedo disse...

pois é e pois não... só não me imagino a ser mãe de um miúdo atado e medricas. e eles passam muito tempo com ele. pelo sim, pelo não, já fiz quatro inscrições em creches. agora é rezar a todos os santinhos.
beijos!

3Picuinhas disse...

Deixa lá os avós! Em casa faz como tu queres, deixa-o crescer, cair, subir às árvores...ou aos candeeiros, como a patanisca e a migalhinhas. Pensa que falta pouco, poucochinho, para retornares à "doce vida citadina", e deixa os avós gozarem a delícia de ter um neto nos braços. Depois, em casa, f^az dele um "bom selvagem".