E chegou o grande dia! Levantei-me às 6h00. Acordei o meu filho pouco depois. Saímos de casa à chuva. Enfrentámos a auto-estrada e a ponte, as ultrapassagens amalucadas de alguns condutores. Deslizámos entre pedragulhos caídos no meio das avenidas da cidade. Chegámos ao Hospital molhados, afogueados e atrasados. Entrámos no serviço de ambulatório. Eu pedi desculpa pelo meu atraso e respondi que sim, "o meu filho está em jejum, sem comer desde as 3h00." Já eram 9h00... Eu estava ansiosa pelo exame que definiria conclusivamente se o meu filho sofre ou não da maldita hiperplasia da supra renal.
E depois de tudo isto, de ter pedido o dia porque o exame dura imenso tempo, de corrermos, de aumentarmos as possiblidades de uma constipação vêm dizer-me... que... "hoje não pode ser feita a Prova de Sinacten, porque a farmácia não tem os componentes químicos do exame." Brilhante organização, é o que eu tenho a dizer do Hospital Dona Estefânia, porque:
-deixou esgotar os reagentes de um exame médico que nunca é feito de urgência nem será muito frequente dado estarmos a falar de uma doença catalogada como raríssima!;
-não aprovisiona nem encomenda exames suficientes, não consulta a agenda do serviço de endocrinologia, nem o de ambulatório para conseguir as fórmulas necessárias a tempo;
-não consegue perceber sequer com um dia de antecedência que não há condições para realizar o exame de forma a avisar os pais;
- sacode as responsabilidades, na pessoa da enfermeira graduada...
Posto isto fui como de costume (ai!) fazer uma queixa, onde, depois de expor a situação, pedi o favor de não me responderem com a inimputabilidade do Hospital... como tem sido costume responderem-me sempre que perdem o processo do meu filho, não apresentam os resultados das análises no dia da consulta ou nos deixam horas plantados à espera de um sr. doutor... E não me respondam que houve uma emergência! Isso é um Hospital! A emergência faz parte da rotina!
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