segunda-feira, 15 de março de 2010

Sim saio, não não saio

Sim, quase pareço o Alberto João “saio não saio” ou o Manuel Alegre “candidato-me não me candidato.”
Estava zangada, frustrada, desiludida, na verdade, por não fazer a diferença. Tinha a ilusão de poder mudar, ainda que ligeiramente, o mundo, querendo converter duas frases numa só acção “Deixa o mundo melhor do que o encontraste” e “Pensa globalmente, age localmente.” Aquele comentário do anónimo veio elucidar-me a propósito da impossibilidade de alterar o rumo das coisas. Porque não se alteram cabeças.
As minhas amigas que comentaram os textos e que me disseram para não parar de escrever (obrigada! obrigada!), vieram confirmar a mesma percepção. No fundo, somos todas cabeças pensantes que já éramos antes de nos cruzarmos. No fundo, já tínhamos todas percepções semelhantes da realidade, mesmo se elas produzem opiniões diferentes. No fundo, une-nos a boa vontade e a capacidade de nos ouvirmos umas às outras. No fundo, querida Cris, não é sequer uma questão de cultura ou informação. É uma questão de boa formação e de atenção – coisas que todas temos!
E depois o aplauso da Mãe Preocupada. E o saber que fechou o blogue por esta mesma razão. E depois pensar “Porque é que são os maus que ganham sempre?” Porque é que (e tomando por princípio que nós somos os bons) porque é que os bons desistem, ficam cansados? Teorias sobre a ânsia do poder e outros bláblás de devem explicar porque é que os bons se tornam todos burgueses acomodados (acamados?). E como resultado os maus é que andam aí a decidir a maioria das coisas.
Portanto, 1º ponto: como já se suspeitava, continuarei a escrever aqui. 2º: sempre que possível, farei também análise política de outros temas para lá da maternidade, mas sempre em versão de mãe comum, que é a única que posso ter. 3º: actualizarei também o blogue com sugestões de leitura e de ocupação dos (poucos) tempos livres, baseados nas nossas experiências de família.

Obrigada a todas! & a todos!

2 comentários:

MP disse...

Olá,

só queria que ficasse claro que o meu aplauso não foi por ter dito que ia parar de escrever, mas pela força do seu texto, que, às vezes, o que apetece mesmo é meter a mão na anca e falar mesmo de cabeça quente. Sem paninhos quentes.

Continue.

bjs
:)

Ana disse...

Por esta altura já vi que não saiste! E ainda bem: gosto muito de ler o teu blog!
Mas mesmo assim queria apenas deixar uma palavrinha de força, para que continues a escrever sobre o ridiculo que por aí vai, e que é sempre tão divertido!
Bjs