terça-feira, 30 de novembro de 2010

Prova de condição de recursos

Pronto, já dei autorização aos Senhores da Segurança Social para investigarem o valor dos meus depósitos no banco, com a desculpa da atribuição do Abono de Família. Só tenho uma pergunta a fazer:

Os subsídios sociais não deviam ser atribuidos como base no valor do nosso trabalho?

Assim, de repente não estou ver como é que quem consegue juntar dois tostões ao final de cada vez pode ser penalizado por poupar.

Também podia contar a história da minha colega de faculdade que recebia a bolsa de estudos para comprar calças de marca ou óculos de sol. Mas não vou contar, não vale a pena.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Abono família a quanto obrigas...

eu: recebi finalmente a carta de seg socila

sociaç
social
h: tás nervosa
eu: não.
pq?
h: não consegues escrever social :D:D:D:D
eu: ah! é o meu problema agora com tudo o que possa ter um ligeiro carácter comunistya
vês?
comunista
h: mas então cortaram?
eu: tenho que fazer prova de agregado familiar e rendimentos até dia 31 de Dezembro
h: ahahah essa carta
eu: qual é que havia de ser?
h: pensei que já tinhas enviado essa e que tinhas recebido a decisão :)
eu: oh. a decisão deve ser: minha amiga, quem te manda trabalhar tanto? assim não tens direito aos 23 euros que costumavas receber!

Este fim-de-semana se chover damos...

Tiro ao Álvaro


e prometemos dançar!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O livro da semana

Eu pensava que, nos livros para crianças, o mais importante era a ilustração. Leo, o gato e o passarinho veio mostrar-me que não é sempre assim. Os desenhos que ilustram a história são bem bonitos. Mas é nas palavras que o X se detém. Nos primos de Leo que estão presos no jardim zoológico, no coração partido da menina por repreender o gato e no passarinho galo da manhã. O texto de Sara Monteiro é tão simples quanto isto. E é tão bonito!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Campo de rugby do Lumiar

Queridas amigas,
estou super contente! Acabo de descobrir que vivo numa cidade super evoluída. A proposta mais votada do Orçamento Participativo de Lisboa foi um campo de rugby para o Lumiar. Fiquei ainda mais feliz quando vi que vamos gastar 900 mil euros para ter um campo relvado, vedado e com balneários ao serviço da cidade. Estou super contente porque assim o Zé Maria, o Salvador e o Bernando vão poder fazer um desporto de cavalheiros sem se misturarem com a ralé! As meninas é que não, coitadinhas, é que não vão andar aos encontrões, nem pensar, vão à catequese.


Bom, agora eu vou ao cabeleireiro pintar o cabelo de loiro, e pintar as unhas de encarnado (detesto gente que diz vermelho, sei lá). Um grande beijinho! Mas mesmo só um!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Um país que não merece comunistas

Ontem, às 9h00, à saída do autocarro, deixei de ser de esquerda.
Pedi ao deficiente que escrevesse à Carris explicando a dificuldade que tem em sentar-se porque o autocarro vai sempre cheio. Expliquei que já tinha feito o mesmo na perspectiva de mulher que leva o filho ao colo e que apesar disso se levanta para dar o lugar ao coxo, à que teve o AVC ou à senhora com 100 anos. E o deficiente, que é bom da cabeça, disse-me o mesmo que todos já me disseram naquele autocarro: "Não vale a pena, a Carris é uma empresa que não muda, não vale a pena." Conversa queria muita, daquela de dizer que isto está tudo mal e que os outros são todos uns egoistas e só pensam neles... E eu interrompi-o, pedi desculpa por tê-lo interpelado e vim-me embora.
Hoje fui sentada, amanhã irei sentada e assim farei sempre que apanhar o autocarro. Decidi que aqui não vale a pena pensar no bem comum. As pessoas gostam mais de se queixar do que fazer qualquer outra coisa e é por isso que é inútil ser de esquerda. E é por isso que este país não merece comunistas.