quarta-feira, 16 de junho de 2010

Breve resumo dos últimos 16 dias e algumas considerações políticas descobertas no caminho

Casa-trabalho-casa-trabalho-casa-trabalho-casa-trabalho-casa-trabalho-casa-trabalho-casa-trabalho-casa-trabalho-casa-trabalho-casa-trabalho-casa-trabalho-casa-trabalho-casa-trabalho-casa-trabalho-casa-trabalho... não assim de repente não me lembro de ter feito outra coisa... ah! Também levei trabalho para casa! Isto foi mesmo original!

Eu sou de esquerda. De uma esquerda estranha que acho que não existe. De uma esquerda que acredita que as oportunidades devem ser iguais para todos; que a escola é a instituição principal para que isso possa acontecer. Que a casa de partida não deve condicionar determinantemente o futuro de cada um. De uma esquerda que acredita no trabalho como possibilidade de aceder a uma vida mais confortável. Que quer conforto, que é eloquente, que não tem preconceitos, que não tem auto preconceitos, que quer enriquecer sem que isso tenha que significar empobrecimento alheio.

Por isso, sou pela competência profissional. Sou pela boa organização das tarefas. Sou pelo cumprimento do horário de trabalho. Sou pela redução do horário de trabalho e contra as horas perdidas a não fazer nenhum. Sou contra as horas extraordinárias.

Depois, sou contra um Estado pseudo-democrático em que a escola está feita para uma média, quando a moda é muito pior. Sou contra uma escola que não tem consideração pelos que não percebem. Sou contra uma escola facilitista que combate o insucesso escolar com passagens administrativas, sem combater realmente o analfabetismo. Sou contra uma escola que não permite aos mais espertos avançar. Sou contra um sistema escolar. Sou pelas escolas locais, administradas localmente considerando as características da sua população. Sou contra uma escola que inclui. Sou pela escola que dá espaço.

Sou contra a esquerda que debita Marx e outros portentos sem os ter lido. Sou contra a citação a propósito de tudo e de nada. Sou contra a esquerda que finge ser democrática mas que nem no seio de uma discussão de café ou de blogue é capaz de ouvir argumentos diferentes. Sou contra o insulto. Sou pela argumentação até à exaustão. E também sou pelo encontro, pela possibilidade de ver no outro um capacidade de razão. Sou contra a irredutibilidade. Sou pela reunião. Pela concórdia.

Finalmente, sou contra as gajas de direita que não têm opinião política e acham que são o centro do mundo porque nasceram numa boa casa. Sou a favor das mulheres de direita que têm opinião própria e que percebem que os seus privilégios não são os de toda a gente. Sou pelas pessoas que conseguem olhar para o lado, mesmo se o seu umbigo está bem forrado.

Pergunta: há para aí algum partido político que me queira acolher?

5 comentários:

MP disse...

Não, mas podemos fundar um :-)

3Picuinhas disse...

Bom, já somos três :), podemos fundar um movimento

cris b. disse...

uau! resta-me dizer-te que é um prazer ter-te todos os dias à minha esquerda :))

Ana disse...

LOL
Ia sugerir o mesmo que a 'mãe preocupada', mas como ela já o disse, subscrevo a lista... ;)
Bjs,
Ana

Baggio disse...

E aceitavas entrar para um partido que te quisesse acolher?