A Segurança Social do Areeiro foi reorganizada com o intuito, suponho eu, de melhorar o atendimento. Serve o presente texto para avisar que não está a resultar!!!
A fila para a recolha das senhas estava hoje, dia 11, às 10h30, muito, muito longa. Não sei quanto tempo se demorava porque eu usei a minha barriga para passar à frente de toda a gente. Mesmo grávida de 8 meses foi difícil: o espaço de passagem era exíguo e ainda ouvi comentários do género "a prioridade para as grávidas é só depois de receber a senha." Claro, se me arranjarem um suporte para a barriga, enquanto estou de pé, prometo que para a próxima eu espero na fila.
A senhora das senhas deu-me a senha nº 14, para ser atendida na mesa 23, local exclusivo para entrega de documentos com senha prioritária. Chego ao pé da mesa e era, afinal, um balcão altíssimo - o que dá imenso jeito a todos os que têm atendimento prioritário, sejam eles grávidas, coxos, pessoas em cadeira de rodas ou... anões.
Chego ao balcão 23 e o mostrador tem escrito a senha 8. Não sei porquê, há umas seis pessoas à volta das que estão a ser atendidas, de pé, ao balcão, a ouvir as questões pessoais e há até quem também faça comentários. É o bom povo português que, apesar de ter cadeiras disponíveis, prefere estar de pé a cuscar a vida dos outros...
Os minutos passam. As senhas prioritárias para entrega de documentos não avançam. E nisto, graças a um senhor com um bebé de colo, reparo que há três postos de atendimento vazios para a entrega de documentos. Só que como não são prioritários, as senhoras não chamam ninguém. Lá fui eu, perguntar como é que justificavam a situação e pedir para começarem a atender as pessoas com senhas prioritárias.
Dos argumentos das três senhoras, eu nem vou falar. Não dá para escrever coisas tão absurdas. Nem neste blogue. Finalmente, uma delas disse "então sente-se que eu atendo-a." Esta gente acha que me cala assim... é como uma certa médica... Adiante. Eu respondi:
- Eu quero ser atendida na ordem que me corresponde. Primeiro tem de chamar a senha 11, a 12 e a 13.
- E como é que quer que eu chame? - responde a senhora.
- Deixe estar que eu chamo - e grito - Senha 11!
Seguidamente, eu própria perguntei quem tinha a senha 12. A portadora não queria ir incomodar a outra funcionária "ela já está toda chateada", disse-me. Eu respondi-lhe que não tinha de pedir desculpa por um direito que tem. Lá se convenceu, foi até à mesa e foi atendida. Quando chegou a minha vez, fui atendida de pé, no balcão 23. O senhor funcionário era competente, solícito e simpático. Gostei.
E também gostei, apesar de tudo (e incluiu gritaria) que as senhoras da Segurança Social tenham reagido à minha reclamação de viva voz e tenham alterado momentaneamente o procedimento. O que eu não entendo é porque razão a disposição de atendimento foi alterada e em vez de melhorar, piorou. Porque é que se faz um balcão de atendimento prioritário com uma altura impossível para a maioria dos que têm direito à prioridade. Quem fez esta alteração, tem de voltar a pensar nela. E quando o fizer, aproveite para incluir um botão para as senhas de prioridade, em todas as mesas de atendimento. Assim, pode ser atenddido, vez um, vez outro, quem tem dificuldades motoras e quem não tem. E ninguém se pode justificar perante a ausência de utentes. Há-de haver sempre o que fazer.
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