16 dicas para cuidar das crianças na praia
por Vanda Marques, Publicado em 16 de Julho de 2009, em www.ionline.pt
Dois pediatras, uma nutricionista e um psicólogo dizem-lhe o que precisa saber para evitar problemas nos areais
(...)
Nunca nadar sozinhas É um regra de ouro: as crianças não podem ir à água sozinhas. “Mesmo que nadem bem, os adultos devem supervisioná-las. Uma criança em situações de pânico, como ser apanhada por uma corren-te, perde o controlo”, refere o pediatra Paulo Oom. Os pais também devem definir até onde as crianças podem ir. Água até à cintura, debaixo dos braços, mas perdê-las de vista nunca.
Medo da água A melhor forma de evitar que as crianças tenham medo da água é pô-las na natação. Caso isso não seja possível, a habituação ao mar deve ser gradual e nunca forçada. “Se as crianças presenciarem nos adultos atitudes tranquilas de confiança, terão uma postura mais confiante do que se forem forçadas a entrar pelo mar dentro e o seu terror for recebido com gargalhadas”, defende o pediatra Jorge Amil Dias.
Quando sair da água Arrancar as crianças da água pode ser um martírio. Mas enquanto os miúdos se sentirem confortáveis os pais podem deixá-los brincar. Só precisam de estar atentos aos arrepios e aos lábios ou dedos roxos. Assim que mudarem de cor está na hora do descanso. “Devem fazer uma pausa para recuperar a temperatura”, alerta Jorge Amil Dias. O regresso ao banho nunca deve ser um mergulho rápido, porque o choque térmico é perigoso e podem desmaiar.
Comer e tomar banho? O problema da paragem de digestão tem a ver com a quantidade de comida e principalmente com o choque térmico. Se os seus filhos fizerem um pequeno lanche, uma sanduíche ou um iogurte, podem ir logo para o banho, como explica o pediatra Jorge Amil Dias. “Umas sanduíches e um banho tranquilo sem grandes esforços físicos em água de temperatura amena não precisam de horas de intervalo.”
Protector solar Toda a gente sabe, mas vale sempre a pena repetir: evitar a praia das 12h às 16h. É nesta altura que o sol está mais intenso. O protector solar deve ser de ecrã total, de preferência factor 50, e deve ser posto 30 minutos antes da exposição ao sol. Como não é eterno, há que contrariar a preguiça e mesmo que as crianças barafustem deve-se aplicar o protector de duas em duas horas.
Chapéu? Sempre! Se tivéssemos de eleger a peça mais importante na moda de praia infantil, seria o chapéu. De preferência com pala, para proteger os olhos.É a arma mais eficaz contra os golpes de calor (cujos sintomas são cansaço, dores de cabeça e vómitos) e a insolação (que causa febre, vertigens e desidratação). “Quando têm o cabelo molhado não precisam de chapéu, mas assim que secar devem pô-lo”, diz Paulo Oom.
Óculos escuros Não é uma questão de estilo nem de moda, garantem os especialistas. Se ainda não comprou uns óculos de sol ao seu filho, trate disso este Verão. Não se assuste, mas as radiações solares aceleram o envelhecimento da retina e facilitam o desenvolvimento de cataratas. Assim, nada melhor que prevenir. “Quando há sol ou luminosidade intensa, os óculos aumentam o conforto e protegem os olhos”, refere Jorge Amil Dias.
A areia come-se? “Comer areia é saudável para as galinhas, não para as crianças!” O pediatra Jorge Amil Dias não tem dúvida: as crianças pequenas devem ser mantidas numa toalha de forma a evitar que peguem em areia e a levem à boca. “A ingestão de areia só por si não envolve risco especial, mas as impurezas e o lixo que a acompanha podem causar infecções e gastroenterites.”
Comichões A relação com a areia nem sempre é pacífica. Uns comem-na, outros não a suportam. Mas segundo o pediatra Paulo Oom são tudo fases transitórias. “Muitas vezes nas primeiras idas à praia as crianças fazem birras e não querem pôr o pé na areia. É normal e não vale a pena forçar. Com o hábito ultrapassam isso”, refere o pediatra. Mas Jorge Amil Dias indica que se têm comichões pode ser uma alergia, por isso fale com um médico.
Comida O lanche ideal
Pão de mistura com fiambre de peito de peru, fruta, um iogurte ou um sumo de laranja. Este é o lanche aconselhado pela nutricionista Eduarda Alves. Na praia, as crianças devem comer de três em três horas, porque gastam muitas energias. “Devem fazer um reforço do pequeno-almoço, com um lanche leve. Os fritos, por exemplo rissóis, são de evitar, pois dificultam a digestão.”
Beber muita água Numa manhã, as crianças devem beber água entre três e quatro vezes. Mesmo que não peçam, os pais têm de oferecer. Repetimos, oferecer. Não forçar. “A criança bebe água quando tem sede. Os refrigerantes não são uma boa opção, porque têm cafeína, que desidrata”, refere a nutricionista. A água gelada também é para esquecer. “A agua à temperatura ambiente hidrata tanto como a fresca e não há risco de ferir o esófago.”
Doces e gelados Verão rima com gelados, principalmente no mundo das crianças. Mas é preciso ter cuidado com o que se come na praia. A nutricionista aconselha gelados mais saudáveis, feitos à base de leite. Os que têm grande quantidade de açúcar dificultam a digestão. O Mini-Milk e o Epá são dois bons exemplos. E porque não levar gelatina? “É baixa em açúcar, mas continua a ser doce, e fresca”, refere Eduarda Alves.
Ponto de encontro Quando chegam à praia, os pais devem encontrar pontos de referência, junto ao guarda-sol. Em seguida devem escolher um local bem visível, como a torre de vigia dos nadadores-salvadores ou as escadas, para ponto de encontro caso se percam. “As praias, os aeroportos e as grandes superfícies são os locais onde mais crianças se perdem”, alerta o psicólogo Manuel Coutinho.
Roupa e identificação Quando escolher um fato de banho para os seus filhos, tente optar por um de cores fortes e fora do comum. É um truque para o distinguir no meio de uma multidão. Outro conselho do psicólogo Manuel Coutinho é comprar uma pulseira de identificação. Mas atenção, não pode ter o nome da criança. “Basta o número de telefone dos pais, sem nomes. Não vai querer que um estranho saiba o nome dos seus filhos e tente atraí-los.”
Lugar longe do sol As crianças têm um comportamento quase instintivo (e assumido como dado adquirido pelos pais que contactámos): quando se perdem, viram as costas ao Sol e seguem em frente. “É um bom truque para saber onde procurá-las”, diz o secretário-geral do Instituto de Apoio à Criança, Manuel Coutinho. Como ficam encadeadas, dirigem-se para onde têm mais visibilidade. Se pelo caminho encontrarem crianças, podem ficar aí.
Com quem devem falar Mesmo antes de chegarem à praia, as crianças devem saber a quem dirigir-se para pedir ajuda. “Em primeiro lugar estão os nadadores-salvadores. Se não os encon-trarem, os pais devem ensinar as crianças a pedir ajuda a uma mãe com crianças”, explica Manuel Coutinho. Há quem use outro truque, que é ter uma palavra de código, como “batata frita”, para ser mais fácil encontrarem-na. Mães há muitas.
2 comentários:
...fiquei completamente arrepiada...ainda bem que eu detesto praia e aquela onde vamos tem p'rá aí uns 10 metros :D:D
arrepiada com o quê?
Enviar um comentário