sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Aulas de preparação para o parto

Acabo de chegar da minha segunda aula de preparação para o parto. Como previsto, chamaram-me antes de completar os sete meses. Ao contrário do que tinha dito, as aulas são sete (e não seis). Começam às duas e terminam entre as quatro e meia e as cinco. Aprende-se muito e sobretudo percebe-se que há muitas coisas que se estranham na gravidez que afinal são comuns à maioria das presentes.
O grupo é muito bom. Creio que a Maternidade do Hospital Dona Estefânia teve a preocupação de agrupar pessoas com um nível semelhante de escolaridade e estrato social. Parece horrível dizer isto, mas a verdade é que as aulas são úteis e não se perde tempo com mitos. E discute-se bastante. Há opiniões diferentes acerca de tudo: tomar ou não a epidural, fazer ou não a episiotomia, coisas a pôr na mala que se leva para a maternidade. Há, inevitavelmente, alguma concorrência entre as mães (sobretudo entre as adeptas do parto o mais natural possível e aquelas que acham válidos os procedimentos rotineiros dos hospitais). E há alguma doutrinação por parte das terapeutas - quando eu perguntei porque se parte do princípio que uma mulher não aguenta as dores do parto a senhora nem me conseguiu responder, do espantada que ficou. Disse apenas: "um parto com epidural é sempre melhor". Fica o registo, que contrapõe o da maioria das minhas amigas: elas preferem (às vezes depois de dois filhos) fazer um parto com dor e... com colaboração das próprias!
Seja como fôr, estas aulas são muito úteis para mim. E suponho que quem não tem mães recentes por perto ainda as aproveita mais. Pena é que o horário seja tão impraticável como este. Eu perco uma tarde inteira de trabalho e já sei que tenho direito a ela, já que a lei consagra todas as deslocações médicas ou equivalentes durante a gravidez como um direito. E o meu empregador nem se importa muito. Mas eu é que me importo, porque eu devo fazer o mesmo que faria se não tivesse que me ausentar, com o prejuízo de ter mais dificuldade em fazer alguns contactos. Uma colega minha da preparação para o parto, que se conseguiu empregar aos seis meses de gestação, pediu para ter as folgas todas às sextas, de forma a poder frequentar as aulas sem lesar o seu recente emprego... Eu agradeço ter estas aulas no público, mas os hospitais do Estado deviam ponderar dar este serviço também em horário pós-laboral. Porque quando o meu telefone toca no escritório e ninguém o atende, quem está do lado de lá não sabe que eu estou grávida e só pode pensar: "esta à sexta-feira sai sempre mais cedo"...

1 comentário:

Ana disse...

Eh, eh!!

Descobri agora mesmo este blog, numa pesquisa no Google, e apesar de ainda não o ter lido todo, adorei o pouco que já li.

Sou grávida de 2a viagem, e tal como a minha primeira gravidez, estou a ser novamente seguida pelo privado. Para isso fiz um seguro de saude (Medis) uns tempos antes de engravidar, já a contar com isso.

Dou-te os parabens pela coragem com que te atiras aos lobos do SNS. Eu desisti, e acretita que, apesar do seguro de saude, bem tentei ser assistida no publico. Nunca tive aulas de preparação para o parto, em muito por causa do seu valor. Nem sabia que se podiam fazer na nos hospitais... Na minha primeira gravidez, resumi-me a assistir aos encontros gratuitos oferecidos por lojas de artigos de bebé (Prenatal e Toys'R'Us).

Descobri recentemente, e por acaso, que não tenho que pagar as analises clinicas que me são receitadas (cada analise ficava-me numa média de €150, mesmo com seguro, na primeira gravidez), porque estou isenta. Mesmo nesta gravidez, quando me dirigi ao centro de saude para que me fossem passadas as analises pelo SNS, ninguém me informou que estava isenta: paguei menos, mas paguei. Só o descobri à dois meses atrás.

Descobri ainda que a minha baixa médica (estou em reposo desde Setembro passado), é reembolsado a 100% em vez dos 65% que tenho estado a receber, por se tratar de uma gravidez de risco. Como descobri? Por acidente, num outro blog de alguém nas mesmas condições que eu...

O meu parto, faço questão de o fazer na MAC, por questões de segurança. Afinal é para lá que se leva um bebé nascido num hospital privado,se alguma coisa corre mal... Quem não gosta da piada é o meu obstetra, que apesar de trabalhar na MAC, está habituado a receber comissão pelos partos feitos às gravidas que acompanha no privado...

Já me dirigi à Segurança Social para pedir o famoso subsideo de natalidade por três vezes. Ainda não o consegui pedir. Na primeira, em Setembro, ainda não sabiam como funcionava, nem tinham impressos (apesar de o anuncio aparecer na tv há uma ou duas semanas).
Na segunda lá me deram os impressos, incluido o tal que tinha de ser preenchido pelo obstetra.
Á terceira, afinal precisavam de mais uns tantos papeis: fotocópias de BIs e contribuintes (meus, do meu marido e filha - com 2 anos, ainda sem contribuinte: tive de o pedir!!!), declarações de IRS (a nota de liquidação não chega). Ao todo 21 fotocópias, acrescidos dos respectivos impressos.

É assim que está o nosso pais. As poucas coisas boas que nos dão, temos que as descobrir por nós mesmas. Quem é que adivinha???

Desculpa o tamanho deste comentário, mas abriste-me as goelas...

Beijinhos,
Ana