O universo da maternidade é sempre surpreendente. Soube há pouco tempo que “se estás a pensar ter filhos faz pontaria para Abril.” Como assim? Isso mesmo! Os amigos que me disseram isto esperam o segundo filho, para Janeiro. E apesar de já terem um filho a frequentar uma creche, esta instituição não vai acolher a criança mais nova até ser Setembro. A licença de maternidade para esta mãe será de cinco meses. O que é que ela vai fazer entre Julho e Setembro com a criança? Vai ter um problema, porque nem na creche do filho mais velho nem nenhuma outra (IPSS) lhe garantem a guarda da criança durante as seis horas que deverá trabalhar cada dia de semana entre Julho e Setembro...
Os pais da nossa geração estão cada vez menos disponíveis para ajudar a criar os nossos filhos. Ainda trabalham, moram longe, estão doentes ou estão mortos. Nós temos de trabalhar porque um só salário não chega (às vezes não chegam 2 para que as pessoas saiam da pobreza). E não há resposta social adequada para casos simples como este: uma criança desejada que nasce antes do tempo.
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
Já fomos e íamos outra vez!
Bzzzz, a união faz a força está em exibição no Teatro Tivoli em Lisboa. Nós já vimos (com o alto patrocínio da empresa onde trabalho). E ainda bem, porque a história é bonita, os cenários e figurinos estão bem feito e a música, cantada ao vivo, é empolgante. E... ninguém desafina!!!!
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Reunião de pais ou filme de terror?
A mulher sentada ao meu lado tem cara de bruxa má. Tem uma pele fantástica, lisa, sem rugas, e, no entanto, tem cara de velha, tem cara de má. Já no final na reunião de pais levanta a voz de uma forma que me envergonha. E depois há pais - mais civilizados, é certo - que acabam por dizer a mesmas coisas:
Os miúdos têm alguns 2 anos acabados de fazer, outros fazem 3 a partir de Janeiro. Alguns pais estão preocupados com o desempenho de tarefas, como se fosse preciso saber já se terão grandes capacidades intelectuais. Alguns pais põem em causa a educadora, mas não o seu desempenho enquanto pais. Estes pais que não sabem o que os filhos fazem durante o dia também não lêem o plano semanal colocado à porta. Também não podem ir a uma aula quando a educadora convida. Também não entram na sala para ver os trabalhos...
Felizmente está lá a S. que olha para mim e me faz sentir que eu não sou a única ET. Somos duas... A escola do X. tem muitos defeitos. A sala deste ano é pequena. A ementa não é muito variada. E as conversas com a direcção parecem cair às vezes em saco roto. Para IPSS é muito cara. Mas eu confio na escola porque vejo que as crianças, na sua maioria, estão felizes; porque toda a gente se trata por igual; porque toda a gente sabe o nome de toda a gente. E depois, confio muito na educadora, porque sempre que precisei falou comigo, porque me ajudou sempre, porque o meu filho é uma criança feliz também graças ela, porque ela ensina pelos afectos.
E é disto que falo quando intervenho. E confirmo: sou um ET.
"Eu não sei o que o meu filho faz na escola."Depois disto vêm as culpas da escola na falta de educação dos filhos e até no não serem capazes de deitar os miúdos cedo. "Eu preferia que não fizessem a sesta," diz a mãe cara de bruxa má.
"Eu gostava de saber ao detalhe como passam o dia."
"Eu não queria estar a ensinar coisas ao contrário do que ensinam aqui."
"Eu acho que o meu filho andou para trás."
Os miúdos têm alguns 2 anos acabados de fazer, outros fazem 3 a partir de Janeiro. Alguns pais estão preocupados com o desempenho de tarefas, como se fosse preciso saber já se terão grandes capacidades intelectuais. Alguns pais põem em causa a educadora, mas não o seu desempenho enquanto pais. Estes pais que não sabem o que os filhos fazem durante o dia também não lêem o plano semanal colocado à porta. Também não podem ir a uma aula quando a educadora convida. Também não entram na sala para ver os trabalhos...
Felizmente está lá a S. que olha para mim e me faz sentir que eu não sou a única ET. Somos duas... A escola do X. tem muitos defeitos. A sala deste ano é pequena. A ementa não é muito variada. E as conversas com a direcção parecem cair às vezes em saco roto. Para IPSS é muito cara. Mas eu confio na escola porque vejo que as crianças, na sua maioria, estão felizes; porque toda a gente se trata por igual; porque toda a gente sabe o nome de toda a gente. E depois, confio muito na educadora, porque sempre que precisei falou comigo, porque me ajudou sempre, porque o meu filho é uma criança feliz também graças ela, porque ela ensina pelos afectos.
E é disto que falo quando intervenho. E confirmo: sou um ET.
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
As boas notícias também devem ser dadas!
"De último para meio da tabela. Pela primeira vez em 15 anos, Portugal aparece ao lado de países como os Estados Unidos, a Suécia e a Alemanha, entre outros.
De acordo com o relatório do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), os conhecimentos dos estudantes portugueses nas áreas da Leitura, Matemática e Ciências aumentaram desde a última análise, efectuada em 2006.
Portugal, segundo este relatório, organizado pela OCDE, é um dos países onde se regista uma progressão impressionante: subiu do 25.º para o 21.º lugar num conjunto de 33 estados.
O PISA demonstra, ainda, que Portugal é o segundo país que mais progrediu em Ciências e o quarto que mais progrediu em Leitura e Matemática.
Regista-se ainda que Portugal está entre os melhores ao nível social, porque tem um sistema educativo que compensa as assimetrias socio-económicas, ou seja, tem uma das maiores percentagens de alunos de famílias desfavorecidas que atingem excelentes níveis de desempenho, por exemplo, na Leitura."
O texto integral pode ser lido na TSF.
De acordo com o relatório do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), os conhecimentos dos estudantes portugueses nas áreas da Leitura, Matemática e Ciências aumentaram desde a última análise, efectuada em 2006.
Portugal, segundo este relatório, organizado pela OCDE, é um dos países onde se regista uma progressão impressionante: subiu do 25.º para o 21.º lugar num conjunto de 33 estados.
O PISA demonstra, ainda, que Portugal é o segundo país que mais progrediu em Ciências e o quarto que mais progrediu em Leitura e Matemática.
Regista-se ainda que Portugal está entre os melhores ao nível social, porque tem um sistema educativo que compensa as assimetrias socio-económicas, ou seja, tem uma das maiores percentagens de alunos de famílias desfavorecidas que atingem excelentes níveis de desempenho, por exemplo, na Leitura."
O texto integral pode ser lido na TSF.
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Anima, anima
Este fim-de-semana vamos ao CCB ver o espectáculo Anima. É certo que vamos enganar os senhores da bilheteira: o espectáculo é para maiores de 4 e o X tem... quase 3. Mas são 40 minutos e eu aposto que ele aguenta. E aposto que eu vou adorar. É um espectáculo de marionetas!!!
terça-feira, 30 de novembro de 2010
Prova de condição de recursos
Pronto, já dei autorização aos Senhores da Segurança Social para investigarem o valor dos meus depósitos no banco, com a desculpa da atribuição do Abono de Família. Só tenho uma pergunta a fazer:
Os subsídios sociais não deviam ser atribuidos como base no valor do nosso trabalho?
Assim, de repente não estou ver como é que quem consegue juntar dois tostões ao final de cada vez pode ser penalizado por poupar.
Também podia contar a história da minha colega de faculdade que recebia a bolsa de estudos para comprar calças de marca ou óculos de sol. Mas não vou contar, não vale a pena.
Os subsídios sociais não deviam ser atribuidos como base no valor do nosso trabalho?
Assim, de repente não estou ver como é que quem consegue juntar dois tostões ao final de cada vez pode ser penalizado por poupar.
Também podia contar a história da minha colega de faculdade que recebia a bolsa de estudos para comprar calças de marca ou óculos de sol. Mas não vou contar, não vale a pena.
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Abono família a quanto obrigas...
eu: recebi finalmente a carta de seg socila
sociaç
social
h: tás nervosa
eu: não.
pq?
h: não consegues escrever social :D:D:D:D
eu: ah! é o meu problema agora com tudo o que possa ter um ligeiro carácter comunistya
vês?
comunista
h: mas então cortaram?
eu: tenho que fazer prova de agregado familiar e rendimentos até dia 31 de Dezembro
h: ahahah essa carta
eu: qual é que havia de ser?
h: pensei que já tinhas enviado essa e que tinhas recebido a decisão :)
eu: oh. a decisão deve ser: minha amiga, quem te manda trabalhar tanto? assim não tens direito aos 23 euros que costumavas receber!
sociaç
social
h: tás nervosa
eu: não.
pq?
h: não consegues escrever social :D:D:D:D
eu: ah! é o meu problema agora com tudo o que possa ter um ligeiro carácter comunistya
vês?
comunista
h: mas então cortaram?
eu: tenho que fazer prova de agregado familiar e rendimentos até dia 31 de Dezembro
h: ahahah essa carta
eu: qual é que havia de ser?
h: pensei que já tinhas enviado essa e que tinhas recebido a decisão :)
eu: oh. a decisão deve ser: minha amiga, quem te manda trabalhar tanto? assim não tens direito aos 23 euros que costumavas receber!
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
O livro da semana
Eu pensava que, nos livros para crianças, o mais importante era a ilustração. Leo, o gato e o passarinho veio mostrar-me que não é sempre assim. Os desenhos que ilustram a história são bem bonitos. Mas é nas palavras que o X se detém. Nos primos de Leo que estão presos no jardim zoológico, no coração partido da menina por repreender o gato e no passarinho galo da manhã. O texto de Sara Monteiro é tão simples quanto isto. E é tão bonito!
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Campo de rugby do Lumiar
Queridas amigas,
estou super contente! Acabo de descobrir que vivo numa cidade super evoluída. A proposta mais votada do Orçamento Participativo de Lisboa foi um campo de rugby para o Lumiar. Fiquei ainda mais feliz quando vi que vamos gastar 900 mil euros para ter um campo relvado, vedado e com balneários ao serviço da cidade. Estou super contente porque assim o Zé Maria, o Salvador e o Bernando vão poder fazer um desporto de cavalheiros sem se misturarem com a ralé! As meninas é que não, coitadinhas, é que não vão andar aos encontrões, nem pensar, vão à catequese.
Bom, agora eu vou ao cabeleireiro pintar o cabelo de loiro, e pintar as unhas de encarnado (detesto gente que diz vermelho, sei lá). Um grande beijinho! Mas mesmo só um!
estou super contente! Acabo de descobrir que vivo numa cidade super evoluída. A proposta mais votada do Orçamento Participativo de Lisboa foi um campo de rugby para o Lumiar. Fiquei ainda mais feliz quando vi que vamos gastar 900 mil euros para ter um campo relvado, vedado e com balneários ao serviço da cidade. Estou super contente porque assim o Zé Maria, o Salvador e o Bernando vão poder fazer um desporto de cavalheiros sem se misturarem com a ralé! As meninas é que não, coitadinhas, é que não vão andar aos encontrões, nem pensar, vão à catequese.
Bom, agora eu vou ao cabeleireiro pintar o cabelo de loiro, e pintar as unhas de encarnado (detesto gente que diz vermelho, sei lá). Um grande beijinho! Mas mesmo só um!
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Um país que não merece comunistas
Ontem, às 9h00, à saída do autocarro, deixei de ser de esquerda.
Pedi ao deficiente que escrevesse à Carris explicando a dificuldade que tem em sentar-se porque o autocarro vai sempre cheio. Expliquei que já tinha feito o mesmo na perspectiva de mulher que leva o filho ao colo e que apesar disso se levanta para dar o lugar ao coxo, à que teve o AVC ou à senhora com 100 anos. E o deficiente, que é bom da cabeça, disse-me o mesmo que todos já me disseram naquele autocarro: "Não vale a pena, a Carris é uma empresa que não muda, não vale a pena." Conversa queria muita, daquela de dizer que isto está tudo mal e que os outros são todos uns egoistas e só pensam neles... E eu interrompi-o, pedi desculpa por tê-lo interpelado e vim-me embora.
Hoje fui sentada, amanhã irei sentada e assim farei sempre que apanhar o autocarro. Decidi que aqui não vale a pena pensar no bem comum. As pessoas gostam mais de se queixar do que fazer qualquer outra coisa e é por isso que é inútil ser de esquerda. E é por isso que este país não merece comunistas.
Pedi ao deficiente que escrevesse à Carris explicando a dificuldade que tem em sentar-se porque o autocarro vai sempre cheio. Expliquei que já tinha feito o mesmo na perspectiva de mulher que leva o filho ao colo e que apesar disso se levanta para dar o lugar ao coxo, à que teve o AVC ou à senhora com 100 anos. E o deficiente, que é bom da cabeça, disse-me o mesmo que todos já me disseram naquele autocarro: "Não vale a pena, a Carris é uma empresa que não muda, não vale a pena." Conversa queria muita, daquela de dizer que isto está tudo mal e que os outros são todos uns egoistas e só pensam neles... E eu interrompi-o, pedi desculpa por tê-lo interpelado e vim-me embora.
Hoje fui sentada, amanhã irei sentada e assim farei sempre que apanhar o autocarro. Decidi que aqui não vale a pena pensar no bem comum. As pessoas gostam mais de se queixar do que fazer qualquer outra coisa e é por isso que é inútil ser de esquerda. E é por isso que este país não merece comunistas.
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Visitar a Mouraria, este fim-de-semana!
Venha descobrir um dos bairros mais típicos e multiculturais de Lisboa na companhia de quem vive no bairro. “Entrar no labirinto” - Passeios para crianças na Mouraria. Traz a tua família e vem descobrir as histórias da História. Percurso lúdico pela Mouraria onde esta é descoberta pelas crianças através de histórias e actividades.
Na companhia da contadora de histórias Vera Sales
Para famílias com crianças entre os 6 e os 12 anos
Sábado 30 de Outubro
Duração: 1h30m
Encontro: Às 10 h no largo Martim Moniz, junto à Igreja da Sra. da Saúde.
Preço: 7 euros por adulto.
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Uma razão para votar Cavaco...
"Portugal encontra-se numa situação difícil. Mas há uma interrogação que cada um, com honestidade, deve fazer: em que situação se encontraria o País sem a acção intensa e ponderada, muitas vezes discreta, que desenvolvi ao longo do meu mandato?" - presidente dixit.
Como? O quê? Hã? Hummmm? Pode explicar melhor?
Ou se calhar não..
Como? O quê? Hã? Hummmm? Pode explicar melhor?
Ou se calhar não..
terça-feira, 19 de outubro de 2010
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Se não votarem, depois não vale dizer mal!
Já me registei no Orçamento Participativo da CM Lisboa! Também já votei, num projecto muito específico: uma creche para o meu bairro!!!! Mas há mais de 290 propostas em votação até dia 31 de Outubro. Podemos votar sendo moradores, trabalhadores ou outros (?) no Concelho de Lisboa. Esta é uma forma de participação cívica que não devia ser desprezada. No entanto, só estão registados 6148 votantes... e pensar que na minha freguesia moram 18 mil pessoas...
É tão lindo, não é?
É tão lindo, não é?
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Orçamento de Estado 2011 obriga bebés a tirar cartão do cidadão
O texto integral desta notícia pode ser lido aqui. O resumo é: Os bebés vão ser obrigados a tirar o cartão do cidadão, para poderem ser considerados dependentes dos pais, para efeitos de declaração de rendimentos. Caso contrário, adeus rendimentos. Ah! O cartão passou a ser pago. Ehehehehe! Adoro o meu país!
Um país pequenino
Somos um país pequenino. Choramos de emoção porque os mineiros do Chile chegam à superfície da Terra. Não me interpretem mal: ainda bem que os mineiros sobreviveram! Mas há coisas tão mais simples que nos podiam emocionar todos os dias, há coisas tão importantes que cada um podia fazer para melhorar a sua própria vida e não somos capazes sequer de as ver, quanto mais de nos emocionarmos com elas. Porque precisamos de heróis? Porque é que projectamos nos outros os grandes sentimentos e os nossos não chegam para pensar no próprio bem, quanto mais no bem comum?
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Um cão é um cão
E uma cadela é uma cadela. Esta veio ter connosco a Serpa, como um presente, no final de uma viagem. Tinha frio, estava magra e coxeava. Eu tomei conta dela até o meu amigo C, que a encontrou comigo, se decidir a ficar com ela no seu quintal. Esteve para se chamar outra coisa qualquer... mas ficou Sépia. Como o tom do seu pêlo e como muito do que nos une a mim, ao C e à P. Se virem esta cadela linda, que se perdeu outra vez, digam-lhe que temos saudades. Afinal um cão não é só um cão, é uma pessoa da nossa família.
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
s/ título
Na tarde chuvosa, na noite precoce, dentro dos dias tristes e preocupados que vivemos, uma mãe sorri de cara aberta olhando para a sua filha gorda. A pequena não deve ter nove anos e a grande uns 40 muito cansados. Mas sorri, festeja o cabelo da filha, olha para o centro do seu mundo, feliz de a ter, orgulhosa de ela ser como é. Estão à porta da escola de música, aqui ao lado de casa.
E eu sem ver uma cena destas há tanto tempo, dou por mim no autocarro a olhar para fora, amoleço e sorrio, perco a cara endurecida pelos dias que vivemos e descubro, de novo, que é mesmo ali que há beleza e que é só assim que quero ser quando crescer.
E eu sem ver uma cena destas há tanto tempo, dou por mim no autocarro a olhar para fora, amoleço e sorrio, perco a cara endurecida pelos dias que vivemos e descubro, de novo, que é mesmo ali que há beleza e que é só assim que quero ser quando crescer.
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Se eu mandasse
1. Não dizia que tinha um aperto no coração por tomar medidas que antes tinha chamado de inevitáveis.
2. Não dizia que tinha dormido mal por ter tomado medidas necessárias.
3. Reduzia o número de deputados.
4. Reduzia o número de acessores de cada ministro.
5. Reduzia no número de funcionários de cada gabinete do parlamento.
6. Reduzia o meu salário para um valor próximo do valor médio nacional.
7. Pedia aos meus parceiros políticos que fizessem o mesmo voluntariamente.
8. Ía no meu carro para o trabalho e colocava os quilómetros.
9. Diminuia o IVA de acordo com a região de origem. Se fossem de cá, eram taxados com um imposto de menor valor.
10. Pedia aos administradores das empresas públicas e das empresas com capitais públicos para reduzirem os seus salários, as suas ajudas de custo, e irem em carro próprio para o trabalho.
11. Se renovasse a frota das instituições públicas, faria-o com automóveis produzidos em Portugal ou com componentes feitos cá.
12. Vestia roupa portuguesa e calçava sapatos portugueses quando fosse ao estrangeiro.
13. Ía na TAP quando fosse ao estrangeiro, em vez de ir num jacto privado.
... to be continued
2. Não dizia que tinha dormido mal por ter tomado medidas necessárias.
3. Reduzia o número de deputados.
4. Reduzia o número de acessores de cada ministro.
5. Reduzia no número de funcionários de cada gabinete do parlamento.
6. Reduzia o meu salário para um valor próximo do valor médio nacional.
7. Pedia aos meus parceiros políticos que fizessem o mesmo voluntariamente.
8. Ía no meu carro para o trabalho e colocava os quilómetros.
9. Diminuia o IVA de acordo com a região de origem. Se fossem de cá, eram taxados com um imposto de menor valor.
10. Pedia aos administradores das empresas públicas e das empresas com capitais públicos para reduzirem os seus salários, as suas ajudas de custo, e irem em carro próprio para o trabalho.
11. Se renovasse a frota das instituições públicas, faria-o com automóveis produzidos em Portugal ou com componentes feitos cá.
12. Vestia roupa portuguesa e calçava sapatos portugueses quando fosse ao estrangeiro.
13. Ía na TAP quando fosse ao estrangeiro, em vez de ir num jacto privado.
... to be continued
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Acabemos com as etiquetas
No Pensamento Cruzado, da TSF, de ontem falou-se sobre a mentira das crianças. O bom da conversa tem o seu melhor numa frase dita assim:
"Nunca confundir o comportamento com a pessoa. Se eu digo tu és um grande mentiroso, eu estou a criar um papel para aquela criança que é o papel que ela passará a representar."
"Nunca confundir o comportamento com a pessoa. Se eu digo tu és um grande mentiroso, eu estou a criar um papel para aquela criança que é o papel que ela passará a representar."
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Uma forma de contar histórias...
...antes da escrita para todos. Mas tão eficaz que ainda hoje resulta. A exposição está no Museu de Arte Antiga e aos domingos de manhã é grátis.
PALAVRAS ANDARILHAS
vêm aí... só lá para Setembro. Mas dizem que vale a pena planear bem a ida. Mais informações aqui.
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Problemas de comportamento
Tenho muita dificuldade em perceber o conceito de problemas de comportamento em crianças pequenas. Noutro dia, dei com um livro que explica como lidar com os problemas de comportamento em crianças a partir dos 2 anos. Aliás, dei com a capa do livro porque faz-me confusão abrir um livro destes. É um tema sensível, já sei, e eu confesso o meu medo em falar destas coisas por dois motivos: 1º, pela boca morre o peixe; 2º, tenho amigas cujos filhos são considerados “doentes comportamentais” e custa-me que possam sentir-se magoadas pelas minhas opiniões.
Hoje a capa do metro ostenta uma sumptuosa manchete: “Salas de aula hiperactivas.” Lá dentro, a custo, descubro uma notícia pequenina, pequenina, sobre um estudo que aponta a existência de 2 alunos por turma, em Portugal, com hiperactividade. Mais à frente, lê-se no texto e entre aspas, como citação que não vem atribuída mas se supõe que é da investigadora, “efeitos devastadores.”
Dra. Cláudia Alfaite (a investigadora) efeitos devastadores têm as etiquetas que se colocam nas pessoas. Como o seu estudo recomenda a “intervenção precoce,” cito o artigo, e a detecção “o mais cedo possível” já prevejo que daqui a muito pouco tempo se consiga aferir no berço se uma criança vai desenvolver problemas de comportamento e a partir daí se comece a intervir com “terapia comportamental e medicamentosa”. Deixe-me dizer-lhe também que os maiores psicólogos americanos já se vieram desculpar por terem andado a dizer nos anos 90, que as crianças não deviam ser traumatizadas com castigos e palmadas. O que será que a doutora nos vai dizer daqui a 20 anos?
Pela forma como tenho ouvido as descrições de hiperactividade suponho que corro um risco grande de ter uma criança hiperactiva lá em casa. Porquê? Primeiro porque não sei como é que se deve educar. Depois de ter lido tantas teorias sobre a educação deixei de ler. Porque, por exemplo, as técnicas para o adormecer descritas nos livros não resultaram nem uma vez. Agora já dorme a noite inteira mas volta e meia as coisas andam para trás e temos que descobrir tudo de novo.
Vamos falar das birras? O meu filho inaugurou a época das birras precocemente (de acordo com os livros só começam aos 3 anos, não é?). Como é que consigo que se controle? Digo-lhe que não vale a pena chorar que não lhe dou as coisas enquanto ele estiver a fazer birra. Mas quantas coisas tentei antes de aqui chegar? E tenho a certeza que qualquer dia isto também já não resulta e vou ter de inventar nova estratégia para conseguir que ele acalme.
Outra razão para presumir a hiperactividade do meu filho é que ele é curioso e traquinas. Não pára quieto. Por exemplo, quando vamos no autocarro para a escola não pára de fazer perguntas. Ontem passou o tempo todo a dizer “como se chama esta rua?”. Durante 20 minutos, não é pêra doce. Mas eu lá vou tentando responder...
Na verdade nunca olhei para o meu filho como se fosse defeituoso. Tudo isto me parecem comportamentos normais. Eu é que acho difícil educar uma criança que quase não vejo. Bolas, não basta não o ver durante a semana, como o pouco tempo que me resta é passado a impor regras? Na verdade apetece-me mais brincar com ele. E é ainda mais difícil quando estou tão cansada que só queria chegar a casa e encostar-me um bocado. E ele não deixa. Portanto, quando o diagnóstico for contundente em relação à hiperactividade do meu filho eu vou pedir uma intervenção terapêutica para mim, isto é que me ensinem a comportar, a educar e que me dêem comprimidos para ter pica para lidar com ele todos os dias.
Hoje a capa do metro ostenta uma sumptuosa manchete: “Salas de aula hiperactivas.” Lá dentro, a custo, descubro uma notícia pequenina, pequenina, sobre um estudo que aponta a existência de 2 alunos por turma, em Portugal, com hiperactividade. Mais à frente, lê-se no texto e entre aspas, como citação que não vem atribuída mas se supõe que é da investigadora, “efeitos devastadores.”
Dra. Cláudia Alfaite (a investigadora) efeitos devastadores têm as etiquetas que se colocam nas pessoas. Como o seu estudo recomenda a “intervenção precoce,” cito o artigo, e a detecção “o mais cedo possível” já prevejo que daqui a muito pouco tempo se consiga aferir no berço se uma criança vai desenvolver problemas de comportamento e a partir daí se comece a intervir com “terapia comportamental e medicamentosa”. Deixe-me dizer-lhe também que os maiores psicólogos americanos já se vieram desculpar por terem andado a dizer nos anos 90, que as crianças não deviam ser traumatizadas com castigos e palmadas. O que será que a doutora nos vai dizer daqui a 20 anos?
Pela forma como tenho ouvido as descrições de hiperactividade suponho que corro um risco grande de ter uma criança hiperactiva lá em casa. Porquê? Primeiro porque não sei como é que se deve educar. Depois de ter lido tantas teorias sobre a educação deixei de ler. Porque, por exemplo, as técnicas para o adormecer descritas nos livros não resultaram nem uma vez. Agora já dorme a noite inteira mas volta e meia as coisas andam para trás e temos que descobrir tudo de novo.
Vamos falar das birras? O meu filho inaugurou a época das birras precocemente (de acordo com os livros só começam aos 3 anos, não é?). Como é que consigo que se controle? Digo-lhe que não vale a pena chorar que não lhe dou as coisas enquanto ele estiver a fazer birra. Mas quantas coisas tentei antes de aqui chegar? E tenho a certeza que qualquer dia isto também já não resulta e vou ter de inventar nova estratégia para conseguir que ele acalme.
Outra razão para presumir a hiperactividade do meu filho é que ele é curioso e traquinas. Não pára quieto. Por exemplo, quando vamos no autocarro para a escola não pára de fazer perguntas. Ontem passou o tempo todo a dizer “como se chama esta rua?”. Durante 20 minutos, não é pêra doce. Mas eu lá vou tentando responder...
Na verdade nunca olhei para o meu filho como se fosse defeituoso. Tudo isto me parecem comportamentos normais. Eu é que acho difícil educar uma criança que quase não vejo. Bolas, não basta não o ver durante a semana, como o pouco tempo que me resta é passado a impor regras? Na verdade apetece-me mais brincar com ele. E é ainda mais difícil quando estou tão cansada que só queria chegar a casa e encostar-me um bocado. E ele não deixa. Portanto, quando o diagnóstico for contundente em relação à hiperactividade do meu filho eu vou pedir uma intervenção terapêutica para mim, isto é que me ensinem a comportar, a educar e que me dêem comprimidos para ter pica para lidar com ele todos os dias.
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Propostas para Passos Coelho
Querido Pedro,
Eu não sou socialista mas ainda assim resolvi aceitar o teu convite e apresentar-te a minha proposta. Assim:
1. Vem viver lá para casa uma semana. A sério. Podes ficar na cama que está no quarto do meu filho e que é na verdade, o melhor quarto da casa. Tem uma racha numa parede, mas é a divisão com o chão mais direito. Quando acordares às sete da manhã podes preparar o pequeno-almoço ou se quiseres eu preparo o teu, mas tu comprometes-te a ajudar-me a levar o miúdo à escola. Compra o passe semanal no dia antes, está bem? Aos dias de semana não há tempo a perder. Vamos de autocarro e depois a pé. Sabes, o caminho é bem bonito e só demora meia hora! Depois vens comigo para o escritório e ajudas-me nas tarefas que aqui tenho. Produção textos e coordenação de uma equipa. Sabes, dizem que eu sou boa naquilo que faço. Eu faço tudo muito depressa. Almoço muito depressa num chiringuito manhoso mas consigo gastar menos 4 euros com sopa, sandes, sumo natural e café. Sim, eu sei, era melhor vir de tupperware mas aqui não há cozinha, nem frigorífico. Depois volto para o escritório e faço tudo outra vez muito depressa, para sair a tempo de ir buscar o miúdo. Se tu viveres lá em casa, posso sempre ligar-te, (não é?), e vais tu buscá-lo.
Sabes, o pai do meu filho tem um emprego novo porque a empresa onde estava antes faliu. Os sócios já constituíram uma nova empresa, no mesmo ramo, mas as indemnizações ainda não chegaram por completo, apenas chegou a ajuda inicial da Segurança Social. E como o emprego é novo, o meu companheiro tem que mostrar o que vale, para lá do horário laboral, muitas vezes. Mas não faz mal, depois de termos vivido seis meses sem os salários atrasados dele, esta situação é muito mais confortável. Já não temos de recorrer às poupanças para as comprar do quotidiano.
Bom, devo já pedir-te desculpa porque vais encontrar as ruas do meu bairro muito sujas. Sabes, moro ali há cinco anos e nunca vi ninguém a lavar as ruas. A minha casa também não está um brinco é certo, desculpa, mas não conseguimos ter uma empregada a dias para nos ajudar nas limpezas. Assim, ao sábado costumamos limpar, mas há dias que falha, sobretudo agora porque gostamos tanto da praia ao fim-de-semana. Se calhar podes ajudar-nos enquanto vivas lá em casa. Imagina, eu chego a casa e faço o jantar, o pai do meu filho dá-lhe banho e tu limpas a casa. Achas que também podes passar a ferro? Que grande plano! Se, entretanto, eu perder o emprego – porque de repente essa possibilidade tornou-se mais iminente, sabes, estou a um mês de terminar um contrato não renovável e ainda não tenho nenhuma informação oficial sobre o que vai acontecer – prometo que passo eu a limpar a casa. Entretanto, não temos alternativa, porque queremos ir juntando algum dinheiro para usar em caso de aflição.
Que giro. Sabes o meu salário é muito acima da média nacional e a verdade é que eu devia ter vergonha de falar-te destas coisas. Como é possível eu ter uma vida tão dura quando sou quadro superior numa empresa? Ora, deixa-me tentar explicar... Desconto o valor de um salário mínimo quando sou paga pelo meu muito bom trabalho. Depois, pago 296 euros por uma creche que é óptima, a sério, vais ver, mas que também tem um acordo com a Segurança Social e eu como tenho um salário elevado contribuo para o bem comum. Mesmo assim, há quem pague muito mais. Há quem pague 400 euros, apesar de contribuir para o bem comum também quando faz mais que eu retenção na fonte... E a verdade é que não me posso queixar, que eu vi escolas medonhas, também comparticipadas pela SS, onde as crianças não eram felizes. Aliás, sabes que na minha junta de freguesia, que carece urgentemente de uma creche e um jardim infantil, o teu partido e o PS chumbaram uma proposta para a construção dessas valências?
Sabes Pedro, como sou assim para o comunista, resolvi que não ía ter pediatra privado. Assim, o meu filho foi apresentado à nossa médica de família que passou a medi-lo e a vaciná-lo. E na consulta dos 2 anos desisti, porque me deixou insegura, e marquei um pediatra privado que fez uma avaliação muito melhor do estado de desenvolvimento do meu filho. Sabes quanto paguei pela consulta? 80 euros. Sabes quanto é que pago cada vez que quero ir ao dentista? 80 euros. Sabes quanto é que pago no oftalmologista? 70. Sabes quanto é que paguei para ter um diagnóstico mais rápido de um possível cancro do pulmão da minha avó? 700 euros. A boa notícia é que não era cancro! A má é que no público não lhe dão prioridade para o tratamento do problema gástrico e que lhe afecta a respiração porque ela tem 90 anos.
Se viveres lá em casa podes tomar conta da minha avó e eu fico mais descansada, sem medo que ela tenha um acidente, caia, ou pegue fogo à casa. Eu não tenho como ter alguém com ela e isto assusta-me, ela está bem, mas é por enquanto e eu nunca a vou pôr num lar. Bom, se parar de trabalhar tenho o problema resolvido. Que boa ideia!
Sabes que já me angustia a escola primária que devo escolher para o meu filho? Daqui a 4 anos vou ter que escolher entre o alívio financeiro da escola pública ou o descanso de ter a criança numa escola em que as portas das casas de banho existem! Ah! Tenho ainda um plano alternativo, dar uma morada falsa para colocar o meu filho numa escola pública que não me pareça tão mal.
Sei que esta carta já vai longa, mas queria muito que viesses viver comigo como nós vivemos, exactamente como nós vivemos, que partilhasses o nosso dia-a-dia, os nossos medos em relação ao futuro, ao futuro breve, para que percebesses o absurdo das tuas propostas. A escola não pode deixar de ser pública. Tem de ser pública, local, exigente e igualitária. A saúde não pode deixar de ser pública. Tem de ser pública, igualitária, boa, competente. Sabes porquê? Porque somos nós que as pagamos. Logo, somos nós que temos de decidir sobre isto.
2. Se por magia conseguires aprovar as tuas estapafúrdias propostas de alteração à constituição, espero que aproves também o fim da colecta na fonte. Se eu passar a pagar todos os serviços de saúde, educação, transportes, justiça posso perfeitamente dispensar os teus serviços de político.
Então Pedro, o que dizes?
Eu não sou socialista mas ainda assim resolvi aceitar o teu convite e apresentar-te a minha proposta. Assim:
1. Vem viver lá para casa uma semana. A sério. Podes ficar na cama que está no quarto do meu filho e que é na verdade, o melhor quarto da casa. Tem uma racha numa parede, mas é a divisão com o chão mais direito. Quando acordares às sete da manhã podes preparar o pequeno-almoço ou se quiseres eu preparo o teu, mas tu comprometes-te a ajudar-me a levar o miúdo à escola. Compra o passe semanal no dia antes, está bem? Aos dias de semana não há tempo a perder. Vamos de autocarro e depois a pé. Sabes, o caminho é bem bonito e só demora meia hora! Depois vens comigo para o escritório e ajudas-me nas tarefas que aqui tenho. Produção textos e coordenação de uma equipa. Sabes, dizem que eu sou boa naquilo que faço. Eu faço tudo muito depressa. Almoço muito depressa num chiringuito manhoso mas consigo gastar menos 4 euros com sopa, sandes, sumo natural e café. Sim, eu sei, era melhor vir de tupperware mas aqui não há cozinha, nem frigorífico. Depois volto para o escritório e faço tudo outra vez muito depressa, para sair a tempo de ir buscar o miúdo. Se tu viveres lá em casa, posso sempre ligar-te, (não é?), e vais tu buscá-lo.
Sabes, o pai do meu filho tem um emprego novo porque a empresa onde estava antes faliu. Os sócios já constituíram uma nova empresa, no mesmo ramo, mas as indemnizações ainda não chegaram por completo, apenas chegou a ajuda inicial da Segurança Social. E como o emprego é novo, o meu companheiro tem que mostrar o que vale, para lá do horário laboral, muitas vezes. Mas não faz mal, depois de termos vivido seis meses sem os salários atrasados dele, esta situação é muito mais confortável. Já não temos de recorrer às poupanças para as comprar do quotidiano.
Bom, devo já pedir-te desculpa porque vais encontrar as ruas do meu bairro muito sujas. Sabes, moro ali há cinco anos e nunca vi ninguém a lavar as ruas. A minha casa também não está um brinco é certo, desculpa, mas não conseguimos ter uma empregada a dias para nos ajudar nas limpezas. Assim, ao sábado costumamos limpar, mas há dias que falha, sobretudo agora porque gostamos tanto da praia ao fim-de-semana. Se calhar podes ajudar-nos enquanto vivas lá em casa. Imagina, eu chego a casa e faço o jantar, o pai do meu filho dá-lhe banho e tu limpas a casa. Achas que também podes passar a ferro? Que grande plano! Se, entretanto, eu perder o emprego – porque de repente essa possibilidade tornou-se mais iminente, sabes, estou a um mês de terminar um contrato não renovável e ainda não tenho nenhuma informação oficial sobre o que vai acontecer – prometo que passo eu a limpar a casa. Entretanto, não temos alternativa, porque queremos ir juntando algum dinheiro para usar em caso de aflição.
Que giro. Sabes o meu salário é muito acima da média nacional e a verdade é que eu devia ter vergonha de falar-te destas coisas. Como é possível eu ter uma vida tão dura quando sou quadro superior numa empresa? Ora, deixa-me tentar explicar... Desconto o valor de um salário mínimo quando sou paga pelo meu muito bom trabalho. Depois, pago 296 euros por uma creche que é óptima, a sério, vais ver, mas que também tem um acordo com a Segurança Social e eu como tenho um salário elevado contribuo para o bem comum. Mesmo assim, há quem pague muito mais. Há quem pague 400 euros, apesar de contribuir para o bem comum também quando faz mais que eu retenção na fonte... E a verdade é que não me posso queixar, que eu vi escolas medonhas, também comparticipadas pela SS, onde as crianças não eram felizes. Aliás, sabes que na minha junta de freguesia, que carece urgentemente de uma creche e um jardim infantil, o teu partido e o PS chumbaram uma proposta para a construção dessas valências?
Sabes Pedro, como sou assim para o comunista, resolvi que não ía ter pediatra privado. Assim, o meu filho foi apresentado à nossa médica de família que passou a medi-lo e a vaciná-lo. E na consulta dos 2 anos desisti, porque me deixou insegura, e marquei um pediatra privado que fez uma avaliação muito melhor do estado de desenvolvimento do meu filho. Sabes quanto paguei pela consulta? 80 euros. Sabes quanto é que pago cada vez que quero ir ao dentista? 80 euros. Sabes quanto é que pago no oftalmologista? 70. Sabes quanto é que paguei para ter um diagnóstico mais rápido de um possível cancro do pulmão da minha avó? 700 euros. A boa notícia é que não era cancro! A má é que no público não lhe dão prioridade para o tratamento do problema gástrico e que lhe afecta a respiração porque ela tem 90 anos.
Se viveres lá em casa podes tomar conta da minha avó e eu fico mais descansada, sem medo que ela tenha um acidente, caia, ou pegue fogo à casa. Eu não tenho como ter alguém com ela e isto assusta-me, ela está bem, mas é por enquanto e eu nunca a vou pôr num lar. Bom, se parar de trabalhar tenho o problema resolvido. Que boa ideia!
Sabes que já me angustia a escola primária que devo escolher para o meu filho? Daqui a 4 anos vou ter que escolher entre o alívio financeiro da escola pública ou o descanso de ter a criança numa escola em que as portas das casas de banho existem! Ah! Tenho ainda um plano alternativo, dar uma morada falsa para colocar o meu filho numa escola pública que não me pareça tão mal.
Sei que esta carta já vai longa, mas queria muito que viesses viver comigo como nós vivemos, exactamente como nós vivemos, que partilhasses o nosso dia-a-dia, os nossos medos em relação ao futuro, ao futuro breve, para que percebesses o absurdo das tuas propostas. A escola não pode deixar de ser pública. Tem de ser pública, local, exigente e igualitária. A saúde não pode deixar de ser pública. Tem de ser pública, igualitária, boa, competente. Sabes porquê? Porque somos nós que as pagamos. Logo, somos nós que temos de decidir sobre isto.
2. Se por magia conseguires aprovar as tuas estapafúrdias propostas de alteração à constituição, espero que aproves também o fim da colecta na fonte. Se eu passar a pagar todos os serviços de saúde, educação, transportes, justiça posso perfeitamente dispensar os teus serviços de político.
Então Pedro, o que dizes?
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Estado da nação
Não me lembro de não haver reformas educativas. A minha escola fez-se com e sem PGAs, sem e com provas globais, sem específicas mas com provas de acesso, fiz a 4ª classe e passei para o 5º ano, à Secundária ainda chamei Liceu, tive turmas de 35 e turmas de 12 alunos...
Não acredito que o projecto para o país não seja outro que a pobreza, porque nenhuma reforma do ensino feita até hoje resultou numa efectiva melhoria da compreensão dos portugueses.
Estamos melhor do que há 30 anos? Estamos. Em consequência exclusiva e directa do lugar geográfico que ocupamos.
Não acredito que o projecto para o país não seja outro que a pobreza, porque nenhuma reforma do ensino feita até hoje resultou numa efectiva melhoria da compreensão dos portugueses.
Estamos melhor do que há 30 anos? Estamos. Em consequência exclusiva e directa do lugar geográfico que ocupamos.
Lindos os dias
Lindos os dias que me começam a contar histórias no pátio da escola dele. E todos os miúdos vêm para ouvir. E eu recebo um beijo de cada, quando me vou embora.
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Uma mudançazinha de atitude
Abri a semana passada uma carta estranha. Vinha do Hospital Dona Estefânia e dizia que a minha reclamação estava a ser considerada. Era estranha, porque já não me lembrava da última reclamação formal que tinha feito. Confesso que depois de tantas vezes ter reclamado para ler depois um quase “ a senhora é parva? Não vê que isto é um hospital?” amainei a minha veia crítica, pelo menos a mais formal.
Por isso, quando esta semana recebi nova carta do Hospital dizendo que respondiam à minha queixa feita em blogue (esta) fiquei estupefacta. Mais ainda, quando adiante, explicavam de quem era a responsabilidade da informação mal dada. Milagre? Não sei, terei de ver o que acontece a próxima vez que for à Estefânia, mas creio que é uma mudançazinha de atitude, que vale a pena referir.
Será que começa a valer a pena reclamar? Acho que sim, até porque esta semana aconteceram mais coisas, que contarei adiante, que o confirmam.
Por isso, quando esta semana recebi nova carta do Hospital dizendo que respondiam à minha queixa feita em blogue (esta) fiquei estupefacta. Mais ainda, quando adiante, explicavam de quem era a responsabilidade da informação mal dada. Milagre? Não sei, terei de ver o que acontece a próxima vez que for à Estefânia, mas creio que é uma mudançazinha de atitude, que vale a pena referir.
Será que começa a valer a pena reclamar? Acho que sim, até porque esta semana aconteceram mais coisas, que contarei adiante, que o confirmam.
terça-feira, 6 de julho de 2010
Adeus Matilde
Morreu hoje a autora maior da poesia infantil, Matilde Rosa Araújo.
Podem os bons parar de morrer, se faz favor?
Podem os bons parar de morrer, se faz favor?
quarta-feira, 30 de junho de 2010
Os erros gramaticais de Saramago
Dizer que José Saramago cometia erros gramaticais é tão estúpido como dizer que Luís de Camões escrevia com erros ortográficos.
O que José Saramago fazia ao escrever não era alterar concordâncias entre sujeitos e predicados, falhar na coerência verbal ou utilizar de forma errada advérbios, conjunções, complementos, frases relativas. O que José Saramago alterou apenas na forma de escrever português foi a pontuação. Usava sim a vírgula como pausa maior do que aquilo a que nos ensinam na escola primária e não sinalizava as falas com aspas e travessões – usava a vírgula para marcar a pausa.
O que Luís de Camões fazia e que se encontra amiúde nos Lusíadas (oh! essa obra fundadora!) era sacrificar os processos habituais de criação de palavras do português, substituindo-os por fenómenos possíveis mas alternativos, em favor da métrica, criando palavras novas. É claro, como ainda não havia ortografia estabelecida do português (o 1º tratado é de 1576) pode argumentar-se muita coisa, mas numa breve história da língua consegue perceber-se o que era normal e o que não era.
Ah! O que Eça de Queirós fazia muito era utilizar palavras estrangeiras inexistentes em português adaptando-as ou, por vezes, nem isso. Lembram-se do spleen da época?
Temos todo o direito de não gostar de Saramago, do Camões ou de outro qualquer. Aliás, temos todo o direito de não gostar de nada. Mas vamos tentar ser minimamente inteligentes quando tornamos as nossas opiniões públicas. As coisas que tenho lido na blogosfera são assustadoras, sobretudo porque são publicadas por pessoas que escrevem e acham que escrevem bem. Revejam lá a gramática! Ah! E a semântica!
O que José Saramago fazia ao escrever não era alterar concordâncias entre sujeitos e predicados, falhar na coerência verbal ou utilizar de forma errada advérbios, conjunções, complementos, frases relativas. O que José Saramago alterou apenas na forma de escrever português foi a pontuação. Usava sim a vírgula como pausa maior do que aquilo a que nos ensinam na escola primária e não sinalizava as falas com aspas e travessões – usava a vírgula para marcar a pausa.
O que Luís de Camões fazia e que se encontra amiúde nos Lusíadas (oh! essa obra fundadora!) era sacrificar os processos habituais de criação de palavras do português, substituindo-os por fenómenos possíveis mas alternativos, em favor da métrica, criando palavras novas. É claro, como ainda não havia ortografia estabelecida do português (o 1º tratado é de 1576) pode argumentar-se muita coisa, mas numa breve história da língua consegue perceber-se o que era normal e o que não era.
Ah! O que Eça de Queirós fazia muito era utilizar palavras estrangeiras inexistentes em português adaptando-as ou, por vezes, nem isso. Lembram-se do spleen da época?
Temos todo o direito de não gostar de Saramago, do Camões ou de outro qualquer. Aliás, temos todo o direito de não gostar de nada. Mas vamos tentar ser minimamente inteligentes quando tornamos as nossas opiniões públicas. As coisas que tenho lido na blogosfera são assustadoras, sobretudo porque são publicadas por pessoas que escrevem e acham que escrevem bem. Revejam lá a gramática! Ah! E a semântica!
terça-feira, 29 de junho de 2010
segunda-feira, 28 de junho de 2010
Somos felizes?????
Somos 2 milhões de pobres. E somos felizes? Acordem! Acordem! Não chega termos uma linda família!
É preciso que a linda família possa crescer, se possa educar, possa modificar-se!
Quando alguém fica doente, a família fica com fome para ter dinheiro para os tratamentos. Quando temos um velho a cargo e ele fica acamado, é difícil tê-lo connosco e continuarmos a trabalhar. Quando chegam as férias não sabemos onde colocar as crianças ou gastamos demasiado dinheiro. Quando perdemos o emprego ficamos em pânico. Quando temos emprego trabalhamos horas a mais e ganhamos dinheiro de menos. Quando temos sorte temos emprego, a grande maioria agora tem recibo verde. Quando temos uma desavença não fazemos queixa em tribunal com medo das despesas. Quando vamos ao hospital temos que rezar para não sermos enxovalhados.
Somos felizes? Então porque é que anda tudo mal disposto?
Testemunho: eu não sou feliz! Há demasiadas coisas a funcionar mal no meu quotidiano que me limitam a felicidade. Sim, tenho uma linda família. Mas também tenho olhos! E andam bem abertos!
É preciso que a linda família possa crescer, se possa educar, possa modificar-se!
Quando alguém fica doente, a família fica com fome para ter dinheiro para os tratamentos. Quando temos um velho a cargo e ele fica acamado, é difícil tê-lo connosco e continuarmos a trabalhar. Quando chegam as férias não sabemos onde colocar as crianças ou gastamos demasiado dinheiro. Quando perdemos o emprego ficamos em pânico. Quando temos emprego trabalhamos horas a mais e ganhamos dinheiro de menos. Quando temos sorte temos emprego, a grande maioria agora tem recibo verde. Quando temos uma desavença não fazemos queixa em tribunal com medo das despesas. Quando vamos ao hospital temos que rezar para não sermos enxovalhados.
Somos felizes? Então porque é que anda tudo mal disposto?
Testemunho: eu não sou feliz! Há demasiadas coisas a funcionar mal no meu quotidiano que me limitam a felicidade. Sim, tenho uma linda família. Mas também tenho olhos! E andam bem abertos!
sexta-feira, 25 de junho de 2010
Estou doente...
Acabo de olhar para a parcelas do descontos no recibo de vencimento. Tanto dinheiro que eu aplicava bem aplicado dado afinal para quê?!!!!!!
Descobrir aos domingos
Já foi um mas os próximos 3 domingos prometem ser igualmente animados. Os jardins da Gulbenkian vão receber contadores de histórias, histórias, livros e mais histórias. Às 11h00, começam as actividades para os mais pequenos e as acções prolongam-se até à noite com histórias para maiores de 16 anos. O programa completo está disponível na Gulbenkian. Vemo-nos lá?
quinta-feira, 24 de junho de 2010
sexta-feira, 18 de junho de 2010
A Flor Máis Grande do Mundo (José Saramago)
O José Saramago morreu, mas não vai morrer.
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Breve resumo dos últimos 16 dias e algumas considerações políticas descobertas no caminho
Casa-trabalho-casa-trabalho-casa-trabalho-casa-trabalho-casa-trabalho-casa-trabalho-casa-trabalho-casa-trabalho-casa-trabalho-casa-trabalho-casa-trabalho-casa-trabalho-casa-trabalho-casa-trabalho-casa-trabalho... não assim de repente não me lembro de ter feito outra coisa... ah! Também levei trabalho para casa! Isto foi mesmo original!
Eu sou de esquerda. De uma esquerda estranha que acho que não existe. De uma esquerda que acredita que as oportunidades devem ser iguais para todos; que a escola é a instituição principal para que isso possa acontecer. Que a casa de partida não deve condicionar determinantemente o futuro de cada um. De uma esquerda que acredita no trabalho como possibilidade de aceder a uma vida mais confortável. Que quer conforto, que é eloquente, que não tem preconceitos, que não tem auto preconceitos, que quer enriquecer sem que isso tenha que significar empobrecimento alheio.
Por isso, sou pela competência profissional. Sou pela boa organização das tarefas. Sou pelo cumprimento do horário de trabalho. Sou pela redução do horário de trabalho e contra as horas perdidas a não fazer nenhum. Sou contra as horas extraordinárias.
Depois, sou contra um Estado pseudo-democrático em que a escola está feita para uma média, quando a moda é muito pior. Sou contra uma escola que não tem consideração pelos que não percebem. Sou contra uma escola facilitista que combate o insucesso escolar com passagens administrativas, sem combater realmente o analfabetismo. Sou contra uma escola que não permite aos mais espertos avançar. Sou contra um sistema escolar. Sou pelas escolas locais, administradas localmente considerando as características da sua população. Sou contra uma escola que inclui. Sou pela escola que dá espaço.
Sou contra a esquerda que debita Marx e outros portentos sem os ter lido. Sou contra a citação a propósito de tudo e de nada. Sou contra a esquerda que finge ser democrática mas que nem no seio de uma discussão de café ou de blogue é capaz de ouvir argumentos diferentes. Sou contra o insulto. Sou pela argumentação até à exaustão. E também sou pelo encontro, pela possibilidade de ver no outro um capacidade de razão. Sou contra a irredutibilidade. Sou pela reunião. Pela concórdia.
Finalmente, sou contra as gajas de direita que não têm opinião política e acham que são o centro do mundo porque nasceram numa boa casa. Sou a favor das mulheres de direita que têm opinião própria e que percebem que os seus privilégios não são os de toda a gente. Sou pelas pessoas que conseguem olhar para o lado, mesmo se o seu umbigo está bem forrado.
Pergunta: há para aí algum partido político que me queira acolher?
Eu sou de esquerda. De uma esquerda estranha que acho que não existe. De uma esquerda que acredita que as oportunidades devem ser iguais para todos; que a escola é a instituição principal para que isso possa acontecer. Que a casa de partida não deve condicionar determinantemente o futuro de cada um. De uma esquerda que acredita no trabalho como possibilidade de aceder a uma vida mais confortável. Que quer conforto, que é eloquente, que não tem preconceitos, que não tem auto preconceitos, que quer enriquecer sem que isso tenha que significar empobrecimento alheio.
Por isso, sou pela competência profissional. Sou pela boa organização das tarefas. Sou pelo cumprimento do horário de trabalho. Sou pela redução do horário de trabalho e contra as horas perdidas a não fazer nenhum. Sou contra as horas extraordinárias.
Depois, sou contra um Estado pseudo-democrático em que a escola está feita para uma média, quando a moda é muito pior. Sou contra uma escola que não tem consideração pelos que não percebem. Sou contra uma escola facilitista que combate o insucesso escolar com passagens administrativas, sem combater realmente o analfabetismo. Sou contra uma escola que não permite aos mais espertos avançar. Sou contra um sistema escolar. Sou pelas escolas locais, administradas localmente considerando as características da sua população. Sou contra uma escola que inclui. Sou pela escola que dá espaço.
Sou contra a esquerda que debita Marx e outros portentos sem os ter lido. Sou contra a citação a propósito de tudo e de nada. Sou contra a esquerda que finge ser democrática mas que nem no seio de uma discussão de café ou de blogue é capaz de ouvir argumentos diferentes. Sou contra o insulto. Sou pela argumentação até à exaustão. E também sou pelo encontro, pela possibilidade de ver no outro um capacidade de razão. Sou contra a irredutibilidade. Sou pela reunião. Pela concórdia.
Finalmente, sou contra as gajas de direita que não têm opinião política e acham que são o centro do mundo porque nasceram numa boa casa. Sou a favor das mulheres de direita que têm opinião própria e que percebem que os seus privilégios não são os de toda a gente. Sou pelas pessoas que conseguem olhar para o lado, mesmo se o seu umbigo está bem forrado.
Pergunta: há para aí algum partido político que me queira acolher?
terça-feira, 1 de junho de 2010
Feliz Dia da Criança?
Está nas bancas a Máxima Interiores de Junho com um dossier sobre Casas com Crianças. Reproduzo aqui a versão integral da entrevista realizada por mim à Presidente da APSI, Sandra Nascimento. Curiosamente, a entrevista foi gravada um dia depois de ir dar com o meu filho debruçado na janela...
Quantas crianças já caíram de varandas?
O ano passado foi uma desgraça. Caíram imensas de janelas e algumas ficaram com consequências graves, ficando muitas em coma. Não conseguimos depois fazer o seguimentos dos casos, porque as bases de dados oficiais dão-nos pouca informação. Trabalhamos muito pelos dados da imprensa.
Qual é o maior perigo nas casa?
Depende se falamos de gravidade ou frequência. Os acidentes mais frequentes são as quedas. As quedas de altura são as mais graves. Quedas de janelas, varandas, terraços, algumas delas com consequências mortais. E as quedas de escadas. Estas são as que têm maior probabilidade de ter consequências graves.
Os perigos são iguais em todas as idades?
Nas crianças mais pequenas (até aos cinco anos) a maioria dos acidentes acontece em casa, que é o ambiente em que as pessoas confiam mais.
Há contextos específicos para que os acidentes ocorram?
Os dados que temos dizem que a maioria dos acidentes ocorre com um adulto por perto. O adulto está mesmo ali, mas porque não há outras medidas de construção, arquitectura ou organização que potenciem a sua função os acidentes ocorrem. A vigilância é fundamental. O problema é que há demasiada confiança na vigilância. Não há super pais nem super mães e é impossível estarmos sempre com os olhos colocados sobre a criança. A construção deve existir em concomitância com a vigilância.
Há uma casa 100% segura?
Não. Mas há medidas que se podem tomar. O conceito é sempre atrasar o acesso da criança, dificultar o acesso da criança. Protectores de tomadas e tampas difíceis de produtos tóxicos têm essa função. Se a criança tiver tempo, mais cedo ou mais tarde vai conseguir ultrapassar. Nós sabemos que uma criança de 3 ou 4 anos já consegue subir a maior parte das guardas e das vedações que existem, não só por uma questão de habilidade motora como por poderem agarrar cadeiras, bancos.
Quais são as medidas mais urgentes?
Guardas para varandas, com 1,10m de altura, cujas aberturas não devem ter mais de 10 cm e com uma estrutura contínua sem elementos para apoio de pés. Como não é possível evitar acidentes, a ideia é atrasar o mais possível.
Mas colocar guardas em varandas pode originar conflitos com o condomínio. É frequente não se perceber que as razões de segurança se devem sobrepor a qualquer razão estética?
Sim. Os próprios profissionais ligados ao projecto, à arquitectura, têm alguma resistência. Na formação de base não existe uma preocupação relativamente aos dados antropométricos das crianças, nem à forma como elas utilizam o espaço. As medidas recomendadas para as guardas, por exemplo, estão intimamente relacionadas com o tamanho da cabeça, a altura. Continuamos a ver construções novas que por razões estéticas e financeiras não consideram estas questões.
As acções de formação da APSI nesta área, constam de quê?
O objectivo é sensibilizar para os riscos do elemento construído e como é que a criança explora e partilhar boas práticas e dar orientações no sentido de que desde o projecto à fiscalização se deve intervir no sentido de identificar os riscos.
Medidas concretas?
Limitadores de abertura nas janelas, preferencialmente já integrados da janela. Escadas com colocação de cancelas no primeiro degrau e no superior. Quanto aos afogamentos, construir espaços para apoio e armazenamento de produtos do banho. Vedações para piscinas, que é a única forma comprovada de atrasar o acesso à piscina. E tomadas com protectores de alvéolos.
E há práticas importantes relativas à organização do espaço?
Sim. Tudo o que é preciso para o banho deve estar ao lado. No que diz respeito às vedações, elas são inúteis se por perto estiverem móveis, caixas ou floreiras que se possam arrastar. Os produtos tóxicos devem ser arrumados em prateleiras mais altas e longe dos alimentos.
Vale a pena ser paranóico para proteger ao máximo?
Eu diria que não. Primeiro tem de se fazer uma avaliação do risco. Em escadas, janelas, varandas e piscinas sim, sem dúvida, fazer a adaptação e o investimentos necessários. Tudo o resto, na maior parte das situações, com boa organização consegue minimizar os acidentes. É importante encontrar um equilíbrio.
Devemos criar as crianças numa redoma?
Basta criar mais espaço para a criança andar. Tirar um móvel que está numa zona de passagem ou não ter tapetes, por exemplo, pode reduzir o risco. Não é preciso comprar todos os apetrechos que existem no mercado. Preferimos o bebé e a criança que está no chão, com um ambiente controlado, e que pode andar livremente. Pelo menos no quarto da criança e no espaço onde a criança passa mais tempo isto é possível concerteza.
...
Para ficar ainda mais horrorizado, recolhi durante a pesquisa os seguintes números:
• Em 2002, 26 mil mortes de crianças com menos de 15 anos devem-se a ferimentos
• 70% dos acidentes em casa aconteceram a crianças
• 39% dos afogamentos acontecem a crianças
• Dos 0 aos 4 anos o afogamento é a maior causa de morte
• 43% das lesões são fracturas
• 21% das lesões dão-se na cabeça
• 28% de todas as queimaduras ocorrem em crianças
• Dos 0 aos 4 anos é a faixa etária em que ocorrem 75% das queimaduras em crianças, em contexto doméstico
Fonte: Organização Mundial de Saúde, WHO expert meeting, Bona, 2005 e EU Injury Database (IDB) of the European Commission, DG SANCO, and the network of national IDB data providers at https://webgate.ec.europa.eu/idb/
...
Feliz Dia da Criança!
Quantas crianças já caíram de varandas?
O ano passado foi uma desgraça. Caíram imensas de janelas e algumas ficaram com consequências graves, ficando muitas em coma. Não conseguimos depois fazer o seguimentos dos casos, porque as bases de dados oficiais dão-nos pouca informação. Trabalhamos muito pelos dados da imprensa.
Qual é o maior perigo nas casa?
Depende se falamos de gravidade ou frequência. Os acidentes mais frequentes são as quedas. As quedas de altura são as mais graves. Quedas de janelas, varandas, terraços, algumas delas com consequências mortais. E as quedas de escadas. Estas são as que têm maior probabilidade de ter consequências graves.
Os perigos são iguais em todas as idades?
Nas crianças mais pequenas (até aos cinco anos) a maioria dos acidentes acontece em casa, que é o ambiente em que as pessoas confiam mais.
Há contextos específicos para que os acidentes ocorram?
Os dados que temos dizem que a maioria dos acidentes ocorre com um adulto por perto. O adulto está mesmo ali, mas porque não há outras medidas de construção, arquitectura ou organização que potenciem a sua função os acidentes ocorrem. A vigilância é fundamental. O problema é que há demasiada confiança na vigilância. Não há super pais nem super mães e é impossível estarmos sempre com os olhos colocados sobre a criança. A construção deve existir em concomitância com a vigilância.
Há uma casa 100% segura?
Não. Mas há medidas que se podem tomar. O conceito é sempre atrasar o acesso da criança, dificultar o acesso da criança. Protectores de tomadas e tampas difíceis de produtos tóxicos têm essa função. Se a criança tiver tempo, mais cedo ou mais tarde vai conseguir ultrapassar. Nós sabemos que uma criança de 3 ou 4 anos já consegue subir a maior parte das guardas e das vedações que existem, não só por uma questão de habilidade motora como por poderem agarrar cadeiras, bancos.
Quais são as medidas mais urgentes?
Guardas para varandas, com 1,10m de altura, cujas aberturas não devem ter mais de 10 cm e com uma estrutura contínua sem elementos para apoio de pés. Como não é possível evitar acidentes, a ideia é atrasar o mais possível.
Mas colocar guardas em varandas pode originar conflitos com o condomínio. É frequente não se perceber que as razões de segurança se devem sobrepor a qualquer razão estética?
Sim. Os próprios profissionais ligados ao projecto, à arquitectura, têm alguma resistência. Na formação de base não existe uma preocupação relativamente aos dados antropométricos das crianças, nem à forma como elas utilizam o espaço. As medidas recomendadas para as guardas, por exemplo, estão intimamente relacionadas com o tamanho da cabeça, a altura. Continuamos a ver construções novas que por razões estéticas e financeiras não consideram estas questões.
As acções de formação da APSI nesta área, constam de quê?
O objectivo é sensibilizar para os riscos do elemento construído e como é que a criança explora e partilhar boas práticas e dar orientações no sentido de que desde o projecto à fiscalização se deve intervir no sentido de identificar os riscos.
Medidas concretas?
Limitadores de abertura nas janelas, preferencialmente já integrados da janela. Escadas com colocação de cancelas no primeiro degrau e no superior. Quanto aos afogamentos, construir espaços para apoio e armazenamento de produtos do banho. Vedações para piscinas, que é a única forma comprovada de atrasar o acesso à piscina. E tomadas com protectores de alvéolos.
E há práticas importantes relativas à organização do espaço?
Sim. Tudo o que é preciso para o banho deve estar ao lado. No que diz respeito às vedações, elas são inúteis se por perto estiverem móveis, caixas ou floreiras que se possam arrastar. Os produtos tóxicos devem ser arrumados em prateleiras mais altas e longe dos alimentos.
Vale a pena ser paranóico para proteger ao máximo?
Eu diria que não. Primeiro tem de se fazer uma avaliação do risco. Em escadas, janelas, varandas e piscinas sim, sem dúvida, fazer a adaptação e o investimentos necessários. Tudo o resto, na maior parte das situações, com boa organização consegue minimizar os acidentes. É importante encontrar um equilíbrio.
Devemos criar as crianças numa redoma?
Basta criar mais espaço para a criança andar. Tirar um móvel que está numa zona de passagem ou não ter tapetes, por exemplo, pode reduzir o risco. Não é preciso comprar todos os apetrechos que existem no mercado. Preferimos o bebé e a criança que está no chão, com um ambiente controlado, e que pode andar livremente. Pelo menos no quarto da criança e no espaço onde a criança passa mais tempo isto é possível concerteza.
...
Para ficar ainda mais horrorizado, recolhi durante a pesquisa os seguintes números:
• Em 2002, 26 mil mortes de crianças com menos de 15 anos devem-se a ferimentos
• 70% dos acidentes em casa aconteceram a crianças
• 39% dos afogamentos acontecem a crianças
• Dos 0 aos 4 anos o afogamento é a maior causa de morte
• 43% das lesões são fracturas
• 21% das lesões dão-se na cabeça
• 28% de todas as queimaduras ocorrem em crianças
• Dos 0 aos 4 anos é a faixa etária em que ocorrem 75% das queimaduras em crianças, em contexto doméstico
Fonte: Organização Mundial de Saúde, WHO expert meeting, Bona, 2005 e EU Injury Database (IDB) of the European Commission, DG SANCO, and the network of national IDB data providers at https://webgate.ec.europa.eu/idb/
...
Feliz Dia da Criança!
quinta-feira, 27 de maio de 2010
O meu filme preferido é...
Não é bem verdade que Madagascar já tenha alcançado o pódio das minhas preferências cinematográficas. Mas depois de dias seguidos a ver excertos do filme, enquanto arrumo a casa, faço o jantar, preparo as coisas para o dia seguinte, mudo de roupa, etc... comecei a ganhar cada vez mais interesse. Como é que os bichos chegam à Estação Central? Como é que chegam à ilha em caixas? Como é que de repente o leão se vê sozinho e enjaulado? Bom, ontem consegui ligar as partes quase todas e devo dizer que o filme é hilariante. Hoje, vou tentar vê-lo de seguida, na íntegra, já depois do miúdo dormir e prometo tentar conter as gargalhadas... mas não sei se aguento.
sexta-feira, 21 de maio de 2010
O corpo, a matemática...
...e a diversão das histórias com a chancela Planeta Tangerina. Para ler este fim-de-semana, em casa, no parque e quem sabe... na praia.
PRAIA! PRAIA! PRAIA!
PRAIA! PRAIA! PRAIA!
quinta-feira, 20 de maio de 2010
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Propostas de quem se esfalfa a trabalhar para ter muito pouco
Quando a Mãe Preocupada se candidatar a algum cargo político é certo que voto nela. Na contra proposta ao governo que apresenta no seu blogue lembra com ironia uma daquelas medidas que ninguém entendeu e que nos custaram balúrdios a todos. E que agora vamos ter todos de pagar caro: o Magalhães. Como no Mãe Preocupada não se pode comentar, faço este texto aqui e proponho que façamos mais contrapropostas ao Governo, aqui ou nos vossos respectivos blogues. Eu tenho uma:
Que os ocupantes de cargos políticos e os decisores vivam 1 mês (1 mês apenas) com o salário médio nacional. O remanescente vai para os cofres do Estado. O Estado arrecada bastante e aposto que a experiência dos senhores lhes fica para a vida.
Que os ocupantes de cargos políticos e os decisores vivam 1 mês (1 mês apenas) com o salário médio nacional. O remanescente vai para os cofres do Estado. O Estado arrecada bastante e aposto que a experiência dos senhores lhes fica para a vida.
terça-feira, 18 de maio de 2010
E a melhor capa do ano vai para...
Apesar do discurso do PR tipo " a culpa não é minha" a notícia é boa. Que o casamento seja possível para todos os que se quiserem casar e a lei se alargue, consagrando todos os direitos, adopção incluída, a quem está por bem com vontade de construir uma família. Mas sobretudo que o meu filho possa ser gay, hetero ou celibatário, sem que estes adjectivos sejam condicionantes, definitórios e irredutíveis. Para que cada um se desenvolva como uma pessoa plena, sem fantasmas na cabeça acerca de si próprio ou dos outros.
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Joana Vasconcelos, eu adoro-te
É a ver a cara dos adultos que percebo o reflexo da minha expressão. Sorrimos todos porque somos crianças de novo. Na exposição, 1ª retrospectiva da obra de Joana Vasconcelos, exposta no Museu Berardo, e de nome Sem Rede, entramos sem pagar bilhete para um mundo especial da arte contemporânea.
Dizer para que serve esta coisa que sobe e desce uma sala gigante, como se fosse uma cobra ou um monstro maior, feita de retalhos de panos, crochets e peluches, ou descobrir o seu sentido maior, é coisa que não quero.
Sei que me faz rir, como faz o carrossel, a caixa de espelhos, ou o labirinto às escuras. E descubro nos miúdos, nos meus e nos dos outros, que tudo isto para eles é normal. Porque eles continuam a ver o mundo inteiro assim, nas suas formas improváveis, onde um autocarro ou um comboio é tão fascinante como uma árvore, uma pessoa, uma estátua ou um Matisse. E acho que é por isto que este jogo entre o comum e o extraordinário, que os faz estar ao mesmo nível, é adorável.
Dizer para que serve esta coisa que sobe e desce uma sala gigante, como se fosse uma cobra ou um monstro maior, feita de retalhos de panos, crochets e peluches, ou descobrir o seu sentido maior, é coisa que não quero.
Sei que me faz rir, como faz o carrossel, a caixa de espelhos, ou o labirinto às escuras. E descubro nos miúdos, nos meus e nos dos outros, que tudo isto para eles é normal. Porque eles continuam a ver o mundo inteiro assim, nas suas formas improváveis, onde um autocarro ou um comboio é tão fascinante como uma árvore, uma pessoa, uma estátua ou um Matisse. E acho que é por isto que este jogo entre o comum e o extraordinário, que os faz estar ao mesmo nível, é adorável.
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Fado, futebol e Fátima... outra vez
Ainda bem que o Benfica ganhou o campeonato de Futebol! E afortunadamente veio o papa a Fátima e nós andámos pelas ruas a gritar vivas ao senhor. Porque assim, depois da confiança que nos deu o Papa (ver declarações do PR Cavaco) estamos todos muito mais felizes e tranquilos para receber notícias bombásticas:
• Ora o IVA vai subir, inclusive nos bens de 1ª necessidade. Depois de um trimestre em que a procura interna subiu fazendo andar a economia, porque nada das exportações nos fez crescer... subimos os impostos ao consumo. Não é preciso ser um Eduardo Catroga para perceber que assim acaba-se já o crescimento.
• A retenção na fonte para o IRS também sobe, diminuindo REALMENTE, o dinheiro que trazemos para casa ao final de cada mês. Menos dinheiro na conta para pagar coisas mais caras. Que giro!
Duas medidas para quê? Para compensar a Despesa Pública feita nos últimos anos. Mas não se preocupem. A Despesa Pública também vai diminuir. Os salários dos políticos e administradores públicos vão ter uma redução de 5%. Que sacrifício! Pode assim o Governo dormir mais descansado.
E nem vou falar hoje do que os impostos nos dão em troca....
Vou mas é cantar o Fado, para a Baixa, a ver se ganho algum dinheiro.
Onde é que já ouvi isto?
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Posto isto, quê? Vamos de férias?
Visita de Sua Santidade a Lisboa
O Comando Metropolitano da PSP de Lisboa informa que, atendendo à visita do
Papa Bento XVI a Portugal, nomeadamente a Lisboa, de 11 a 12 de Maio de 2010,
ELIMINOU-SE O TEXTO SEGUINTE POR MANIFESTA FALTA DE ESPAÇO.
O Comando Metropolitano da PSP de Lisboa informa que, atendendo à visita do
Papa Bento XVI a Portugal, nomeadamente a Lisboa, de 11 a 12 de Maio de 2010,
ELIMINOU-SE O TEXTO SEGUINTE POR MANIFESTA FALTA DE ESPAÇO.
sexta-feira, 7 de maio de 2010
quarta-feira, 5 de maio de 2010
À espera... de Godot?
Há um ano e dois meses contava aqui que nos tinha saído uma espada de cima. O diagnóstico misterioso de uma doença rara estava resolvido: era negativo. Em Fevereiro deste ano, tiraram-nos o tapete. Tinham finalmente chegado os resultados dos exames do Instituto Ricardo Jorge e afinal “o seu filho tem anomalias genéticas compatíveis com a Hiperplasia da Supra Renal” disse-me a endocrinologista por telefone.
Trocado por miúdos e já presencialmente ficámos a saber, poucos dias depois, que quimicamente os níveis hormonais estavam normalizados e que, por isso, tudo levava a crer que a doença nunca se revelaria como tal. Ufa! Ficava o dito por não dito, o meu filho é geneticamente anormal mas não é doente e isso já é um boa notícia!
Faltava saber se tinha ou não a doença latente, não tanto pela criança que já existe mas pelas nossas crianças que possam vir a existir, sobretudo se vierem a ser raparigas. Impunha-se então um estudo genético, sem pressas porque “vocês são novos, não está grávida pois não?” Pois não e até acrescentei: “A notícia vem em boa hora porque tínhamos começado a falar esta semana disso” (De repente um novo filho passou a isso? O que é que me aconteceu neste momento?).
Esta conversa decorreu no dia 28 de Fevereiro. Amavelmente, a médica recebeu-nos na sua hora de almoço, no Hospital D. Estefânia, para nos explicar tudo e responder às nossas inquietações. Assinou o termo de responsabilidade, para definir quem é que pagava os custos desta investigação molecular, que seria remetido para a administração, para ser aprovado e assinado, para ser enviado para nossa casa, para nós levarmos ao Instituto Ricardo Jorge quando lá fossemos dar a amostra de sangue... Quanto tempo é que isto demoraria? “Deve chegar a vossa casa daqui a 3 semanas.”
Três semanas depois comecei a abrir a caixa do correio com expectativa. Depois a expectativa foi esmorecendo e o meu filho repetia depois de mim “Não há nada de jeito.”
Ontem liguei para lá de manhã. Zanguei-me com o departamento de Endocrinologia. Depois liguei novamente para o hospital e pedi para falar com uma das administradoras adjuntas e a secretária, depois de recolher os meus dados e a razão pela qual eu ligava, barrou-me o acesso à sra. E à hora do almoço, outra vez, e amavelmente, ligou-me o Pedro, o administrativo de Endocrinologia, que não estava lá de manhã, dizendo que já tinha resolvido tudo e que podíamos ir ainda esta semana ao Ricardo Jorge. “Basta dizer o nome do seu filho que já está tudo tratado.”
Obrigada Pedro.
Mas se eu não me tivesse dado para reclamar... ia esperar mais quanto tempo? Alguma vez me chegaria essa informação a casa?
Trocado por miúdos e já presencialmente ficámos a saber, poucos dias depois, que quimicamente os níveis hormonais estavam normalizados e que, por isso, tudo levava a crer que a doença nunca se revelaria como tal. Ufa! Ficava o dito por não dito, o meu filho é geneticamente anormal mas não é doente e isso já é um boa notícia!
Faltava saber se tinha ou não a doença latente, não tanto pela criança que já existe mas pelas nossas crianças que possam vir a existir, sobretudo se vierem a ser raparigas. Impunha-se então um estudo genético, sem pressas porque “vocês são novos, não está grávida pois não?” Pois não e até acrescentei: “A notícia vem em boa hora porque tínhamos começado a falar esta semana disso” (De repente um novo filho passou a isso? O que é que me aconteceu neste momento?).
Esta conversa decorreu no dia 28 de Fevereiro. Amavelmente, a médica recebeu-nos na sua hora de almoço, no Hospital D. Estefânia, para nos explicar tudo e responder às nossas inquietações. Assinou o termo de responsabilidade, para definir quem é que pagava os custos desta investigação molecular, que seria remetido para a administração, para ser aprovado e assinado, para ser enviado para nossa casa, para nós levarmos ao Instituto Ricardo Jorge quando lá fossemos dar a amostra de sangue... Quanto tempo é que isto demoraria? “Deve chegar a vossa casa daqui a 3 semanas.”
Três semanas depois comecei a abrir a caixa do correio com expectativa. Depois a expectativa foi esmorecendo e o meu filho repetia depois de mim “Não há nada de jeito.”
Ontem liguei para lá de manhã. Zanguei-me com o departamento de Endocrinologia. Depois liguei novamente para o hospital e pedi para falar com uma das administradoras adjuntas e a secretária, depois de recolher os meus dados e a razão pela qual eu ligava, barrou-me o acesso à sra. E à hora do almoço, outra vez, e amavelmente, ligou-me o Pedro, o administrativo de Endocrinologia, que não estava lá de manhã, dizendo que já tinha resolvido tudo e que podíamos ir ainda esta semana ao Ricardo Jorge. “Basta dizer o nome do seu filho que já está tudo tratado.”
Obrigada Pedro.
Mas se eu não me tivesse dado para reclamar... ia esperar mais quanto tempo? Alguma vez me chegaria essa informação a casa?
terça-feira, 4 de maio de 2010
Como chamar a este post?
O Tribunal da Relação de Lisboa absolveu o empresário Domingos Névoa do crime de tentativa de corrupção…
Outro colectivo de juízes declarou injustificável o julgamento do caso Bragaparques, por não terem sido provados os crime de que os arguidos ( Carmona Rodrigues e vereadores) vinham acusados…
Isto é coincidência, correcto?
E agora algo completamente diferente:
O que fazer ao tipo que tentou explodir a Times Square? Ele só tentou, na verdade ninguém se magoou, correcto?
Outro colectivo de juízes declarou injustificável o julgamento do caso Bragaparques, por não terem sido provados os crime de que os arguidos ( Carmona Rodrigues e vereadores) vinham acusados…
Isto é coincidência, correcto?
E agora algo completamente diferente:
O que fazer ao tipo que tentou explodir a Times Square? Ele só tentou, na verdade ninguém se magoou, correcto?
quinta-feira, 29 de abril de 2010
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Sem TV
Dois dias na creche sem televisão no prolongamento. Dois dias porque uma educadora que não costuma ficar lá no último turno ficou. E porque fez o evidente com os miúdos: plasticinas, teatrinhos, canções...
E honestamente, os miúdos pareciam mais felizes. E nenhum se mostrava aborrecido ou desesperado por se ir embora.
Tv para quê?
E honestamente, os miúdos pareciam mais felizes. E nenhum se mostrava aborrecido ou desesperado por se ir embora.
Tv para quê?
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Jamie Oliver's TED award speech.
Eu gosto de fazer puré com batatas e gosto de demolhar o feijão. Mas se não gostasse... pensava melhor depois disto.
quinta-feira, 22 de abril de 2010
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Reflexões sobre a escola 3
Dar uma reguada para disciplinar felizmente, em Portugal, ainda não é apontado como solução. Mas no Texas... Ver a notícia no i.
terça-feira, 20 de abril de 2010
Reflexões sobre a escola 2
Roger Shank deu na última edição da Sábado uma entrevista sobre a escola. É radical. Diz que as crianças devem aprender o que lhes apetece, chama coisa estúpida à matemática, diz que o Estado devia ter pouco a ver com os programas educativos de forma a não influenciar as mentes dos pequenos com histórias como o patriotismo.
Especialista em inteligência artificial, psicologia e computação diz ainda coisas mais terrenas, exequíveis e aplicáveis. A saber:
Especialista em inteligência artificial, psicologia e computação diz ainda coisas mais terrenas, exequíveis e aplicáveis. A saber:
- o grupo ideal de aprendizagem no ensino básico deve ser composto por 12 crianças.
- não é adequado às crianças um modelo de ensino que as obriga a estar fechadas numa sala tantas horas.
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Reflexões sobre a escola
Este senhor chama-se Daniel Pennac, ou melhor, este senhor assina os livros que escreve com esse nome. O último que li é especial. Chama-se Mágoas da Escola e descreve o seu percurso como mau aluno. A revolução na sua vida escolar foi feita por um bom professor. Um único, que teve a capacidade de salvar um rapaz quase disléxico na sua relação com a escola. Um único professor que o inspirou a tornar-se professor e também ele, com ideias firmes, se dedicou a salvar os "casos perdidos". Eu acredito que ele tenha sido um bom professor, porque ainda hoje tem a memória muito viva do que foi ser criança e mau aluno.
Quando falamos da escola e do que ela deve ser, quando falamos dos professores e do que os deve inspirar, quando sonhamos a escola que queremos para os nossos filhos, quando permitimos que se façam reformas educativas sucessivas sem sucesso e nos perguntamos porquê, se calhar podemos olhar para este exemplo: simplesmente, lembrarmo-nos do que foi ser criança e como eram os professores que nos inspiravam realmente. Não é só uma questão para o estudo, é uma coisa que fica para a vida.
Os meus professores inspiradores foram:
Víctor Martins - Matemática - 5º Ano
Teresa Rebordão - Ciências da Natureza - 6º Ano
Escolástica - Português - 9º Ano (graças a ela li os Lusíadas como se fosse um romance)
Paula - filosofia - 10º Ano
Luísa Santos - português - 10º e 11º Ano
Nelson Bernardo - filosofia - 11º Ano
Ângela Sebastião - português - 12º Ano
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Evolução (da espécie?)
Depois de 3 dias de ausência motivada pelas obrigações profissionais volto a casa... finalmente! O miúdo na cama levanta-se e diz-me “dá-me um beijinho.” Eu não dou um. Dou muitos. E muitos abraços. Tantos, tantos que ele deixa logo de me ligar. Tenta meter-se na mala, como fez na noite antes da minha partida. E dou-lhe um avião pequenino que serve de porta-chaves. “Foste neste avião?” pergunta-me. “Fui num maior.” E depois descobre que se pressionar no botão, se ouve o barulho de levantar voo. Enquanto ele dança a fingir que voa o pai faz a actualização:
- comeu sempre sozinho
- quase não perguntou por mim, bastava-lhe saber que eu tinha ido trabalhar de avião
E hoje a confirmação na escola:
- foi sempre crescido, comeu sempre sozinho e quando vai ao bacio até puxa a roupa... Até tive direito a demonstração.
Digam-me lá... companhia da mãe o quê?
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Programa das festas
Durante a semana vemos passar os eléctricos. Um dia destes prometi que íamos num de passeio e no sábado passado cumpri. Fomos de manhã, num 28 pejado de turistas, do Martim Moniz ao Castelo de São Jorge. Entrámos e fomos ver as vistas e o rapaz não parava gritar que via o Rei (o miúdo chama o Cristo da Margem Sul pelo seu petit nom). E quando começou a chover, entrámos na zona museológica, onde estão expostas cerâmicas desde o século VI a. C.. O meu filho chamou a todas panelas da sopa... E foi tão bom, tão bom, tão bom que ele agora não fala de outra coisa. Onde é que vamos no próximo fim de semana?
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Uma velha solteirona
A culpa. A culpa em Portugal morre sempre solteira e a responsabilidade nunca se imputa a ninguém.
Segundo o inquérito à morte do Leandro, a escola não pode ser implicada em nada, o miúdo é que era parvo e resolveu sair pela vedação. Os outros amigos sairam pela porta e ninguém os impediu, mas os miúdos é que são parvos...
E o Leandro atirou-se ao rio porque lhe deu a maluca. E claro, quanto a isto, e aos maus tratos que ainda estão por provar, nem a escola, nem seus docentes, nem seus auxiliares de acção educativa têm alguma coisa a responder... Os miúdos andam sempre à pancada porque são parvos e portanto a responsabilidade de todo o sucedido não é de ninguém.
Esclarecimento ao inquisitor:
Os miúdos são todos parvos. Por isso, é que não vivem sozinhos desde que nascem. Por isso se supõe que onde eles estão estejam também adultos que os supervisionem. Para que quando lhes der a maluca, não seja demasiado grande, não seja irreversível, ou não seja triste... demasiado triste.
Segundo o inquérito à morte do Leandro, a escola não pode ser implicada em nada, o miúdo é que era parvo e resolveu sair pela vedação. Os outros amigos sairam pela porta e ninguém os impediu, mas os miúdos é que são parvos...
E o Leandro atirou-se ao rio porque lhe deu a maluca. E claro, quanto a isto, e aos maus tratos que ainda estão por provar, nem a escola, nem seus docentes, nem seus auxiliares de acção educativa têm alguma coisa a responder... Os miúdos andam sempre à pancada porque são parvos e portanto a responsabilidade de todo o sucedido não é de ninguém.
Esclarecimento ao inquisitor:
Os miúdos são todos parvos. Por isso, é que não vivem sozinhos desde que nascem. Por isso se supõe que onde eles estão estejam também adultos que os supervisionem. Para que quando lhes der a maluca, não seja demasiado grande, não seja irreversível, ou não seja triste... demasiado triste.
segunda-feira, 29 de março de 2010
Velha geração
"Até eu sou velha demais para ter um blogue!" - diz a miúda com 24 anos...
Viva a betalhada!
Viva a betalhada!
domingo, 21 de março de 2010
Diferença básica entre o macho e a fêmea
Macho:
Tenho o sr. sentado aqui ao lado a tentar escrever qualquer coisa que complete e frase "ser pai é...". É um trabalho de casa vindo da escola a propósito do dia 19. Pensa, pensa, suspira, escreve e esgatafunha. Sim, porque tem um papel de rascunho. Só o passa a limpo quando estiver perfeitinho. Estará a criar um poema? Uma coisa pirosa?
Fêmea:
Estou mesmo a ver-me no dia da mãe a escrever no papel cor de rosa respectivo. Só que vai ser de rajada, fica logo entregue, que eu agora tenho uma reunião, e depois passo no mercado e a seguir já cá estou outra vez, já a pensar no jantar. Ah! está riscado? dê cá que eu faço um desenho por cima. Pronto já está! Adeus até logo.
Temos em comum isto que sentimos por um filho é grande como tudo e faz-nos choramingar...
Tenho o sr. sentado aqui ao lado a tentar escrever qualquer coisa que complete e frase "ser pai é...". É um trabalho de casa vindo da escola a propósito do dia 19. Pensa, pensa, suspira, escreve e esgatafunha. Sim, porque tem um papel de rascunho. Só o passa a limpo quando estiver perfeitinho. Estará a criar um poema? Uma coisa pirosa?
Fêmea:
Estou mesmo a ver-me no dia da mãe a escrever no papel cor de rosa respectivo. Só que vai ser de rajada, fica logo entregue, que eu agora tenho uma reunião, e depois passo no mercado e a seguir já cá estou outra vez, já a pensar no jantar. Ah! está riscado? dê cá que eu faço um desenho por cima. Pronto já está! Adeus até logo.
Temos em comum isto que sentimos por um filho é grande como tudo e faz-nos choramingar...
A Primavera já chegou
Tenho as faces rosadas do sol e um sorriso enorme nos lábios. O miúdo dorme e a bisavó descansa do passeio. Fomos à Quinta Pedagógica dos Olivais, onde o pai tirou as fotografias aos bichos, nós incluidos. E garanto que é uma excelente maneira de regressar ao campo, mesmo se a vista tem prédios de 10 andares. Há vacas, cabras, porcos e ovelhas e um cavalo branco, uma mula, um burro mirandês... Patos, galinhas e coelhos... Alhos e cebolas a crescer na terra. Cheira a terra e a estrume... Tão bom como na aldeia. E é grátis!
sexta-feira, 19 de março de 2010
terça-feira, 16 de março de 2010
Coisas que se aprendem na RTP2
Quem ganha mais de €500 euros em Portugal é da Classe Média e por isso vai deixar de ter contrapartidas fiscais elevadas em sede de IRS.
Um gestor de uma empresa com capitais públicos que se demitiu em 2009 ganhou 1 milhão de euros de prémio de desempenho, o valor 150 mil euros acima do que ganharei numa vida contributiva de 40 anos se... se... se... isto me correr muito bem.
Não dá vontade de rir? eheheheh!
Um gestor de uma empresa com capitais públicos que se demitiu em 2009 ganhou 1 milhão de euros de prémio de desempenho, o valor 150 mil euros acima do que ganharei numa vida contributiva de 40 anos se... se... se... isto me correr muito bem.
Não dá vontade de rir? eheheheh!
segunda-feira, 15 de março de 2010
Sim saio, não não saio
Sim, quase pareço o Alberto João “saio não saio” ou o Manuel Alegre “candidato-me não me candidato.”
Estava zangada, frustrada, desiludida, na verdade, por não fazer a diferença. Tinha a ilusão de poder mudar, ainda que ligeiramente, o mundo, querendo converter duas frases numa só acção “Deixa o mundo melhor do que o encontraste” e “Pensa globalmente, age localmente.” Aquele comentário do anónimo veio elucidar-me a propósito da impossibilidade de alterar o rumo das coisas. Porque não se alteram cabeças.
As minhas amigas que comentaram os textos e que me disseram para não parar de escrever (obrigada! obrigada!), vieram confirmar a mesma percepção. No fundo, somos todas cabeças pensantes que já éramos antes de nos cruzarmos. No fundo, já tínhamos todas percepções semelhantes da realidade, mesmo se elas produzem opiniões diferentes. No fundo, une-nos a boa vontade e a capacidade de nos ouvirmos umas às outras. No fundo, querida Cris, não é sequer uma questão de cultura ou informação. É uma questão de boa formação e de atenção – coisas que todas temos!
E depois o aplauso da Mãe Preocupada. E o saber que fechou o blogue por esta mesma razão. E depois pensar “Porque é que são os maus que ganham sempre?” Porque é que (e tomando por princípio que nós somos os bons) porque é que os bons desistem, ficam cansados? Teorias sobre a ânsia do poder e outros bláblás de devem explicar porque é que os bons se tornam todos burgueses acomodados (acamados?). E como resultado os maus é que andam aí a decidir a maioria das coisas.
Portanto, 1º ponto: como já se suspeitava, continuarei a escrever aqui. 2º: sempre que possível, farei também análise política de outros temas para lá da maternidade, mas sempre em versão de mãe comum, que é a única que posso ter. 3º: actualizarei também o blogue com sugestões de leitura e de ocupação dos (poucos) tempos livres, baseados nas nossas experiências de família.
Obrigada a todas! & a todos!
Estava zangada, frustrada, desiludida, na verdade, por não fazer a diferença. Tinha a ilusão de poder mudar, ainda que ligeiramente, o mundo, querendo converter duas frases numa só acção “Deixa o mundo melhor do que o encontraste” e “Pensa globalmente, age localmente.” Aquele comentário do anónimo veio elucidar-me a propósito da impossibilidade de alterar o rumo das coisas. Porque não se alteram cabeças.
As minhas amigas que comentaram os textos e que me disseram para não parar de escrever (obrigada! obrigada!), vieram confirmar a mesma percepção. No fundo, somos todas cabeças pensantes que já éramos antes de nos cruzarmos. No fundo, já tínhamos todas percepções semelhantes da realidade, mesmo se elas produzem opiniões diferentes. No fundo, une-nos a boa vontade e a capacidade de nos ouvirmos umas às outras. No fundo, querida Cris, não é sequer uma questão de cultura ou informação. É uma questão de boa formação e de atenção – coisas que todas temos!
E depois o aplauso da Mãe Preocupada. E o saber que fechou o blogue por esta mesma razão. E depois pensar “Porque é que são os maus que ganham sempre?” Porque é que (e tomando por princípio que nós somos os bons) porque é que os bons desistem, ficam cansados? Teorias sobre a ânsia do poder e outros bláblás de devem explicar porque é que os bons se tornam todos burgueses acomodados (acamados?). E como resultado os maus é que andam aí a decidir a maioria das coisas.
Portanto, 1º ponto: como já se suspeitava, continuarei a escrever aqui. 2º: sempre que possível, farei também análise política de outros temas para lá da maternidade, mas sempre em versão de mãe comum, que é a única que posso ter. 3º: actualizarei também o blogue com sugestões de leitura e de ocupação dos (poucos) tempos livres, baseados nas nossas experiências de família.
Obrigada a todas! & a todos!
domingo, 7 de março de 2010
Boa manhã
Reunião de amigos grandes e pequenos em torno da ilustração infantil e das histórias que se contam por elas, como muitos livros à mão de semear. Vista e revista, com muito gosto, este ano no Museu da Electricidade, em Lisboa, chama-se Ilustrarte e já vai na quarta edição. Mais informações em http://www.ilustrarte.net/
segunda-feira, 1 de março de 2010
Portugal entre os piores. Educação dos pais limita salário dos filhos
por Bruno Faria Lopes e Marta F. Reis, Publicado no jornal i, em 01 de Março de 2010
O fosso entre os salários das pessoas com pai licenciado e aquelas cujo pai cumpriu o 9º ano de escolaridade é mais alto em Portugal do que em qualquer outro país da Organização para a Cooperação Económica (OCDE), mostra um estudo comparativo sobre mobilidade social publicado pela organização. (...) Portugal é um dos países da OCDE onde a educação e o contexto económico dos pais mais influência tem no salário ganho pelos filhos.
(...)
Ter um pai com educação superior sobe os salários dos filhos no mínimo 20%. O jogo social funciona também ao contrário: filhos de pais com menos do que o 9º no "tendem a ganhar consideravelmente menos".
Esta persistência salarial (e social) entre gerações verifica-se apesar das políticas públicas para criar igualdade de acesso ao factor que mais pesa na conquista por um emprego bem pago: a educação. A rigidez salarial reproduz um grau de rigidez semelhante na educação pública, confirma a OCDE. O contexto económico da família, por exemplo, tem um impacto importante nos resultados escolares, um efeito que é mais forte nos países mais desiguais.
(...)
O ambiente na escola é outro factor importante nos resultados dos alunos - Portugal cai no grupo de países em que o ambiente escolar (a diversidade social de alunos, por exemplo) tem um peso semelhante ao da família, não conseguindo inverter a lotaria social.
"Por muito que a educação e o 'mérito' sejam importantes para entreabrir as portas de subida dos mais carenciados, o certo é que estes transportam consigo o seu próprio 'travão' que os impede de subir", comenta Elísio Estanque, sociólogo da Universidade de Coimbra [ver opinião]. "Trata-se de um processo sociocultural, quase congénito, em que o baixo estatuto herdado dos pais define um 'destino' (provável) que empurra os indivíduos para se manterem em padrões de vida idênticos ou próximos da sua origem social", acrescenta.
(...)
Outras medidas para diminuir a desvantagem dos pais com pior contexto económico ou escolar passam por dar prioridade ao pré-escolar, essencial para diminuir os efeitos da origem social na capacidade de aprendizagem das crianças mais pequenas. Apoios financeiros apenas para educação ou maior mistura de alunos de diferentes classes sociais são outras medidas propostas.
texto integral aqui: i
O fosso entre os salários das pessoas com pai licenciado e aquelas cujo pai cumpriu o 9º ano de escolaridade é mais alto em Portugal do que em qualquer outro país da Organização para a Cooperação Económica (OCDE), mostra um estudo comparativo sobre mobilidade social publicado pela organização. (...) Portugal é um dos países da OCDE onde a educação e o contexto económico dos pais mais influência tem no salário ganho pelos filhos.
(...)
Ter um pai com educação superior sobe os salários dos filhos no mínimo 20%. O jogo social funciona também ao contrário: filhos de pais com menos do que o 9º no "tendem a ganhar consideravelmente menos".
Esta persistência salarial (e social) entre gerações verifica-se apesar das políticas públicas para criar igualdade de acesso ao factor que mais pesa na conquista por um emprego bem pago: a educação. A rigidez salarial reproduz um grau de rigidez semelhante na educação pública, confirma a OCDE. O contexto económico da família, por exemplo, tem um impacto importante nos resultados escolares, um efeito que é mais forte nos países mais desiguais.
(...)
O ambiente na escola é outro factor importante nos resultados dos alunos - Portugal cai no grupo de países em que o ambiente escolar (a diversidade social de alunos, por exemplo) tem um peso semelhante ao da família, não conseguindo inverter a lotaria social.
"Por muito que a educação e o 'mérito' sejam importantes para entreabrir as portas de subida dos mais carenciados, o certo é que estes transportam consigo o seu próprio 'travão' que os impede de subir", comenta Elísio Estanque, sociólogo da Universidade de Coimbra [ver opinião]. "Trata-se de um processo sociocultural, quase congénito, em que o baixo estatuto herdado dos pais define um 'destino' (provável) que empurra os indivíduos para se manterem em padrões de vida idênticos ou próximos da sua origem social", acrescenta.
(...)
Outras medidas para diminuir a desvantagem dos pais com pior contexto económico ou escolar passam por dar prioridade ao pré-escolar, essencial para diminuir os efeitos da origem social na capacidade de aprendizagem das crianças mais pequenas. Apoios financeiros apenas para educação ou maior mistura de alunos de diferentes classes sociais são outras medidas propostas.
texto integral aqui: i
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Creches e jardins-de-infância caros e sem vagas
A maioria dos pais estão insatisfeitos com a oferta de creches e jardins-de-infância na sua área de residência, revela o nosso inquérito a 2900 pais. O Algarve é a zona com piores resultados.
Cerca de 2 em 5 famílias com crianças em creches garante que este encargo é uma parcela importante nas finanças. Por criança, gastam um valor de referência mensal de € 150 numa creche e € 110 num jardim-de-infância. Mas o custo chega a ultrapassar, em Lisboa, os € 300 mensais. Em 80% dos casos, os pais inscrevem os filhos antes de começarem a frequentar a instituição, em média, 5 meses antes.
Metade das mães inquiridas ficou 5 meses em casa com o bebé, com salário reduzido. No regresso ao trabalho, 20% enfrentaram problemas: 9% sentiram hostilidade do chefe ou colegas, enquanto 7% não usufruíram das horas de amamentação a que têm direito.
Mais de 30% das crianças permanecem mais de 9 horas na creche, o que é sinónimo de mais tempo em frente do ecrã. Nas creches, mais de 70% vê televisão e tal acontece quase todos os dias para mais de metade. Nos jardins-de-infância, a esmagadora maioria (90%) vê televisão e, segundo os pais, esta rotina é quase diária para 43 por cento.
A DECO reivindica que as creches e jardins-de-infância, públicos ou privados, devem estar sob a alçada do Ministério da Educação. As creches, à semelhança de outros países europeus, como Espanha, Dinamarca, Finlândia e Suécia, devem deixar de ser encaradas apenas como um serviço social. Segundo dados de 2008 do Ministério do Trabalho e Segurança Social, a cobertura de creches e amas era de 30% e a dos jardins-de-infância, de 77 por cento. Esperamos que a promessa do Governo em aumentar a cobertura nacional não se fique pelas boas intenções. Além do bem-estar das crianças, está em causa o desenvolvimento do País.
in http://www.deco.pt/
Cerca de 2 em 5 famílias com crianças em creches garante que este encargo é uma parcela importante nas finanças. Por criança, gastam um valor de referência mensal de € 150 numa creche e € 110 num jardim-de-infância. Mas o custo chega a ultrapassar, em Lisboa, os € 300 mensais. Em 80% dos casos, os pais inscrevem os filhos antes de começarem a frequentar a instituição, em média, 5 meses antes.
Metade das mães inquiridas ficou 5 meses em casa com o bebé, com salário reduzido. No regresso ao trabalho, 20% enfrentaram problemas: 9% sentiram hostilidade do chefe ou colegas, enquanto 7% não usufruíram das horas de amamentação a que têm direito.
Mais de 30% das crianças permanecem mais de 9 horas na creche, o que é sinónimo de mais tempo em frente do ecrã. Nas creches, mais de 70% vê televisão e tal acontece quase todos os dias para mais de metade. Nos jardins-de-infância, a esmagadora maioria (90%) vê televisão e, segundo os pais, esta rotina é quase diária para 43 por cento.
A DECO reivindica que as creches e jardins-de-infância, públicos ou privados, devem estar sob a alçada do Ministério da Educação. As creches, à semelhança de outros países europeus, como Espanha, Dinamarca, Finlândia e Suécia, devem deixar de ser encaradas apenas como um serviço social. Segundo dados de 2008 do Ministério do Trabalho e Segurança Social, a cobertura de creches e amas era de 30% e a dos jardins-de-infância, de 77 por cento. Esperamos que a promessa do Governo em aumentar a cobertura nacional não se fique pelas boas intenções. Além do bem-estar das crianças, está em causa o desenvolvimento do País.
in http://www.deco.pt/
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terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
O blogue é meu
Estou farta de ser boazinha. Hoje vou ser má:
ESTOU FARTA DE GENTE BURRA!
Há uma espécie de incapacidade relativamente comum para interpretar aquilo que está escrito. Eu sei que o nosso país sofre de iliteracia grave, isto é, as pessoas sabem juntar letras e formar palavras mas não percebem o sentido do que está escrito. Depois, aliam a essa falta de capacidade de leitura a uma má vontade crónica fruto, acho eu, de serem más pessoas, desconfiadas, auto-vitimadas, auto-comiseradas. Finalmente, não conseguem discordar das opiniões dos outros sem serem mal-educadas. Saber ouvir, saber ler, dava muito jeito quando queremos discordar, perguntar ou apenas pôr em causa. Quando não se percebe pergunta-se ou avisa-se. Podem dizer-me “olha, não percebi o que escreveste, podes escrever de outra maneira?” Eu prometo que explico! Eu sei que nem sempre os meus textos são claros e peço desculpa por isso.
Tudo isto para dizer que o comentário do anónimo ao meu texto Depósito de crianças, me irrita por duas razões, a saber:
1º Está mal escrito! Uma oração precisa de um sujeito, um predicado e, na maioria dos casos, um complemento! Um advérbio de modo não precisa de acento! O acento da preposição é sempre grave!
2º Porque é fruto de muita má vontade. Só muita má vontade consegue assumir que o meu texto e o meu blogue é de crítica às famílias e não às instituições. Só muita má vontade pode ler naquilo que escrevo uma autoria socialmente favorecida. Se o anónimo o lê assim e não tem má vontade, é porque é burro!
Posto isto devo acrescentar:
1. Quem viu o Conta-me como foi fica a saber como foi a minha infância. Há poucas diferenças entre a minha casa e a casa dos Lopes.
2. Sou inteligente e informada, porque me esforço para isso. Sou crítica porque me interesso não só por mim mas pelo futuro da comunidade da qual faço parte.
3. Sou magra e linda – rói-te de inveja - e não faço dieta! Passo a ferro, ando a pé e aspiro e é esse o meu ginásio.
4. Prefiro comprar livros a ter uma empregada mas garanto que assim que puder contrato uma.
É por isto que:
ESTOU FARTA DE GENTE COM CELULITE NA CABEÇA!
ESTOU FARTA DE GENTE BURRA!
E por isso acabou-se! Vou escrever para a gaveta!
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
vou engravidar!
A sério! Quero muito ter 200 euros numa conta num banco!
E vou chamar Sócrates ao menino em homenagem ao padrinho...
E vou chamar Sócrates ao menino em homenagem ao padrinho...
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
Depósito de crianças
Hoje fui ver um depósito para crianças. Sobre a porta diz que é jardim de infância e atl. Mas é um depósito, só isso. Um espaço com pouquíssima luz natural faz de refeitório. Salas mínimas e atulhadas acolhem 24 crianças. Educadoras feias e crianças alheadas andavam por lá ou corriam. Tudo demasiado estranho. Apenas um depósito. Nada mais.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Dois anos do X
A festa na escola:
A música do sol tocada à viola por mim e cantada pelo X com alguns gestos para ensinar aos outros meninos. Ovinhos de percussão. O Cuquedo contado pela mãe e pelo filho.
O almoço de família:
Doze adultos à mesa para comer peru, cozinhado das 8h30 às 14h00, enquanto os primos não comem nada da excitação e andam ao rebolão por baixo da mesa.
A festa dos amigos:
Muitos, muitos, que chegaram quase de improviso e nos encheram a casa de alegria e crianças! Muitos abraços para todos! O meu coração ainda palpita.
Meu filho, muito obrigada! Tu és o melhor presente que já tive!
PS - Temos um gorro de orelhas da Lego, umas sandálias douradas dentro de uma cesta de palha e um chapéu de chuva laranja às bolas que não são nnossos.
A música do sol tocada à viola por mim e cantada pelo X com alguns gestos para ensinar aos outros meninos. Ovinhos de percussão. O Cuquedo contado pela mãe e pelo filho.
O almoço de família:
Doze adultos à mesa para comer peru, cozinhado das 8h30 às 14h00, enquanto os primos não comem nada da excitação e andam ao rebolão por baixo da mesa.
A festa dos amigos:
Muitos, muitos, que chegaram quase de improviso e nos encheram a casa de alegria e crianças! Muitos abraços para todos! O meu coração ainda palpita.
Meu filho, muito obrigada! Tu és o melhor presente que já tive!
PS - Temos um gorro de orelhas da Lego, umas sandálias douradas dentro de uma cesta de palha e um chapéu de chuva laranja às bolas que não são nnossos.
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Que tal falarmos de adopção assexuada?
O T chega sem o N. Já não o via há que tempos... pergunto-lhe pelo N. Os olhos enchem-se de lágrimas e diz-me “Não está comigo.” E pede-me para não falar disto, depois o meu marido há-de contar-me, não quer repetir a história, não o vê há meses...
O T ficou com o N quando o J desapareceu ou quase. O J era namorado do T. Sim, dois homens relacionados amorosamente que cuidavam do filho de um deles, um filho que era quase do acaso. O T foi o único pai que eu conheci ao N, do J ouvi falar muitas vezes, mas só conheci o T depois do J os ter deixado. E lembro-me de ouvir o T dizer que nunca tinha pensado em ser pai, por ser homossexual. E lembro-me de ver os olhos emocionados do T cada vez que o N teve uma novidade ou um carinho para ele. E lembro-me de ter a certeza que o que havia ali era amor, tal e qual como o amor que vejo entre o meu marido e o meu filho cada vez que os seus olhares se cruzam, cada vez que brincam, cada vez que se abraçam.
O J lembrou-se agora que tem um filho, passada uma série de anos. Também se lembrou agora que não é gay. Tem uma mulher de quem teve há pouco tempo 2 filhos gémeos, mas nem por isso são uma família estável. O J veio buscar o N para um fim-de-semana e nunca mais o trouxe a casa. A escola do N mudou de um dia para o outro. A vida do N mudou sem aviso. A vida do T... Bom, a vida do T tinha sido estruturada em torno da criança, como todos nós fizemos desde que fomos pais.
Agora o T não pode sequer ver o N. Os amigos que visitam o N dizem que ele pergunta sempre pelo T mas o T foi ameaçado pela mulher do J. Ela diz que o denuncia por pedofilia, se ele tentar ver o N. O grave disto é que ela sabe que a acusação surtiria efeito, simplesmente porque o T se assume como homossexual. E para muitas cabeças as duas coisas são a mesma coisa. E onde é que anda o J nesta história? O que é que ele diz em relação à sexualidade do T e em relação à restante estupidez de tudo isto? Estas são exactamente as mesmas perguntas que eu faço.
Ainda faço outra: quem é o pai nesta história?
O T ficou com o N quando o J desapareceu ou quase. O J era namorado do T. Sim, dois homens relacionados amorosamente que cuidavam do filho de um deles, um filho que era quase do acaso. O T foi o único pai que eu conheci ao N, do J ouvi falar muitas vezes, mas só conheci o T depois do J os ter deixado. E lembro-me de ouvir o T dizer que nunca tinha pensado em ser pai, por ser homossexual. E lembro-me de ver os olhos emocionados do T cada vez que o N teve uma novidade ou um carinho para ele. E lembro-me de ter a certeza que o que havia ali era amor, tal e qual como o amor que vejo entre o meu marido e o meu filho cada vez que os seus olhares se cruzam, cada vez que brincam, cada vez que se abraçam.
O J lembrou-se agora que tem um filho, passada uma série de anos. Também se lembrou agora que não é gay. Tem uma mulher de quem teve há pouco tempo 2 filhos gémeos, mas nem por isso são uma família estável. O J veio buscar o N para um fim-de-semana e nunca mais o trouxe a casa. A escola do N mudou de um dia para o outro. A vida do N mudou sem aviso. A vida do T... Bom, a vida do T tinha sido estruturada em torno da criança, como todos nós fizemos desde que fomos pais.
Agora o T não pode sequer ver o N. Os amigos que visitam o N dizem que ele pergunta sempre pelo T mas o T foi ameaçado pela mulher do J. Ela diz que o denuncia por pedofilia, se ele tentar ver o N. O grave disto é que ela sabe que a acusação surtiria efeito, simplesmente porque o T se assume como homossexual. E para muitas cabeças as duas coisas são a mesma coisa. E onde é que anda o J nesta história? O que é que ele diz em relação à sexualidade do T e em relação à restante estupidez de tudo isto? Estas são exactamente as mesmas perguntas que eu faço.
Ainda faço outra: quem é o pai nesta história?
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
Funcionária pública no seu melhor.
Veleidade minha achar que de uma semana para a outra se podem mudar consultas com o médico de família. Ontem ao balcão do Centro de Saúde fiz o pedido. A consulta era para hoje, mas dava-me imenso mais jeito ir para a semana que vem porque vou estar de férias. A alminha que me atende diz que não. Eu pergunto se não se importa de confirmar no registo de consultas se há ou não vaga e não é que a criatura se recusa a olhar para o computador?
Bom, estou ao balcão porque tenho consulta marcada para mim já a seguir, por isso “deixa lá” penso eu “que já pergunto à médica se posso alterar a consulta ou não e já cá venho.” E é claro que há vaga e é claro que a médica diz que não lhe causa transtorno nenhum e, portanto, depois da minha consulta, enquanto são colocadas vinhetas nas credenciais de exames, explico que “a doutora autorizou a alteração.” Infelizmente, não estava lá a senhora que se recusou a trabalhar. Infelizmente também, eu não tinha mais tempo para gastar por ali. Fica prometido que, no dia 21 farei a devida reclamação.
E depois queixam-se que isto está mau e que o país não anda...
Bom, estou ao balcão porque tenho consulta marcada para mim já a seguir, por isso “deixa lá” penso eu “que já pergunto à médica se posso alterar a consulta ou não e já cá venho.” E é claro que há vaga e é claro que a médica diz que não lhe causa transtorno nenhum e, portanto, depois da minha consulta, enquanto são colocadas vinhetas nas credenciais de exames, explico que “a doutora autorizou a alteração.” Infelizmente, não estava lá a senhora que se recusou a trabalhar. Infelizmente também, eu não tinha mais tempo para gastar por ali. Fica prometido que, no dia 21 farei a devida reclamação.
E depois queixam-se que isto está mau e que o país não anda...
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
Uma coisa que detesto:
presentes velhos para a caridade.
A sério! Não podem ao menos lavá-los antes de os entregarem aos pobrezinhos ou aos doentinhos?
A sério! Não podem ao menos lavá-los antes de os entregarem aos pobrezinhos ou aos doentinhos?
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